Diversão e Arte

Nas passarelas de Milão, a simplicidade é sinônimo de elegância

Estilistas celebraram uma simplicidade naturalmente elegante em quarto dia de desfiles

Agência France-Presse
postado em 23/02/2013 16:49

Milão - Os estilistas milaneses celebraram uma simplicidade naturalmente elegante neste quarto dia de desfiles das coleções de prêt-à-porter para o outono/inverno 2013-14 em Milão, onde não houve um retorno ao minimalismo, mas sim um luxo reeditado, totalmente privado de excessos.

Bottega Veneta A mulher apresentada por Bottega Veneta se vestiu com pouco. Um pedaço de tecido dobrado e redobrado sobreposto. Uma peça de cetim desfiado, colocada como se fosse um origami. Alguns pontos de costura invisíveis e, como por mágica, adotavam a forma de peças suntuosas com volumes calibrados com precisão.

A coleção se compôs principalmente de casacos e vestidos de grande elegância, com a marca de uma simplicidade aparente. Cada modelo surpreendeu pela originalidade e a criatividade, permitindo adivinhar construções refinadas, jogos complexos de dobraduras e pences, estratificações sábias.

O estilista Tomas Maier usou a lã como base, usando-a em todas as suas variações: tecido grosso, flanelas, tecidos felpudos. O supérfluo foi interditado. Nada de botões, por exemplo, apenas cintos finos.

Tampouco nada alegórico. Só a exploração da matéria. Varetas de palha envernizadas de preto subiram, verticais, da parte dianteira de um vestido branco. Em outra peça, foram cintas de couro preto que compuseram um desenho abstrato. Nos acessórios, predominaram as bolsas pequenas e algumas antigas joias de família, como medalhões pendurados em longas correntes que caem sobre os decotes.


Jil Sander A simplicidade também foi uma questão de maestria na coleção de Jil Sander. Um corte, uma costura precisa, uma pence colocada no lugar certo bastaram para dar sentido a uma peça.

Tudo passou pelos detalhes, de preferência invisíveis: o arredondado de um bolso, o equilíbrio dos pesos das longitudes, a escolha minuciosa de algumas cores na paleta de cinzas e azuis, a leveza de um vestido...

Os casacos de lapelas grandes dominaram a coleção. Jaquetões de cashemere sobre saias retas com comprimento no meio da perna e caimento solto. Uma jaqueta de mangas curtas sobreposta a uma saia de couro de pregas extragrandes. Túnicas sem mangas, com zíperes na parte da frente, acompanharam calças cigarrete. A austeridade foi acentuada em sapatos de fivela grande, algo masculinos.

Trussardi A mulher da Trussardi se contentou com algumas peças essenciais em cores clássicas (bege, marrom, preto e azul marinho), como os casacos cruzados de corte masculino, impermeáveis amplos até os pés, saias de pregas grandes, casacas e jaquetas simples e terninhos.

Uma elegância natural brota do conjunto. Um conforto luxuoso feito de belos materiais, como o casaco sem mangas de cashmere, roupas em couro envelhecido, em tecidos de xadrezes grandes.

A mesma busca da simplicidade marcou o desfile de Ermanno Scervino, com ternos de uma peça, sóbrios, com influência da moda masculina.

Ternos em flanela cinza pareciam costurados a partir das jaquetas cruzadas masculinas. Casacos em tweed marcavam o busto e a cintura.

Tampouco houve frufrus no desfile da coleção de Roberto Cavalli, que se concentrou na tradição artesanal italiana, exaltando a perícia ancestral em vestidos únicos.

Roberto Cavalli

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