Diversão e Arte

Em Milão, estilistas sugerem uma mulher que brinca com as aparências

Agência France-Presse
postado em 24/02/2013 21:59
As mulheres poderão se vestir como bem entenderem no próximo inverno. No quinto dia de desfiles de prêt-à-porter em Milão, os estilistas Dolce & Gabana, Marni, Emporio Armani, Missoni e Ferragamo criaram roupas que permitem que elas brinquem de ser sérias, românticas, notívagas ou o que lhes der na telha.

A melodia de um trompete em música composta por Nino Rota para "La Strada", de Federico Fellini, soava enquanto se abria o telão de veludo vermelho, anunciando a chegada de uma princesa bizantina, de caminhar altivo, coroada e vestida de ouro, na concepção da Dolce & Gabana.

Os trajes foram todos muito suntuosos, com brocados entremeados por pérolas e pedras preciosas ou em origami de seda, pintados com as figuras sagradas de mosaicos da catedral árabe-normanda de Monreale, perto de Palermo.

Estas imagens emocionantes se estenderam ao longo do corpo ou apareceram ovaladas, misturadas com estampas de cruzes bizantinas.

Durante o dia, esta mulher que brinca de ser uma princesa altiva se vestiu com ternos feitos de tecidos masculinos, como Príncipe de Gales, mas cuja silhueta é superfeminina, seguindo os códigos da costura dos anos 1950.



As saias cobriam os joelhos, levemente balonês. Acompanhavam abrigos curtos em forma de trapézio. Os suéteres de ponto fino eram da mesma cor da saia.

Marni deixou de lado seu excêntrico estilo habitual, optando por um aspecto austero para o próximo inverno, um verdadeiro "rigor puritano", como definiu a casa, adquirida recentemente pelo OTB, grupo de Renzo Rosso, fundador da marca de jeans Diesel.

Os vestidos foram confeccionados em tecidos grossos de lã cinza ou preta, mas também em couros belíssimos. Os cortes eram muito masculinos, com volumes que se alargam a partir da cintura e afofam as ombreiras.

Espartilhos sem mangas foram usados com calças amplas, e os abrigos-casacas acompanharam shorts, sempre em tons escuros, carvão ou azul noite. Cintos de couro preto com grandes fivelas ajustaram os vestidos em estilo militar.

Giorgio Armani desenhou sua segunda linha, Emporio, sob o sinal da suavidade, com materiais quentes e cores tenras. Os tecidos eram doces e sedosos, como o veludo, a seda ou o cashmere.

A paleta alternou tons pastel: melão, azul celeste, rosa bombom, cinza pérola ou cores escuras como o verde garrafa, o violeta e o marrom.

As proporções foram calibradas com delicadeza para apresentar vestidos agradáveis de usar: casacos plissados, roupas que se ampliam em curvas, bermudas largas, calças flutuantes.

Os estilistas da Missoni conceberam mulheres como aves noturnas, com botas e meias veladas e ligas, vestidas com casacos que pareciam roupões. Não muito acinturados, estes quimonos caem com facilidade dos ombros.

As cores foram noturnas, como cinzas minerais, brancos opacos, preteados.

Salvatore Ferragamo imaginou uma dama das trevas mais agressiva, toda vestido de preto e azul noite, às vezes iluminada por alguma peça branca imaculada.

Saltos altos foram usados com tiras de couro, no estilo dominatrix, acompanhando saias e vestidos curtíssimos. Os tecidos foram couros, sedas, cashmere, todas as peças elegantemente cortadas.

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