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Stéphane Hessel deixa uma história de vida que tem como marca a liberdade

Hessel morreu na madrugada de terça-feira, em Paris, aos 95 anos



Hessel atravessou um século de história, o suficiente, ele costumava lembrar, para se indignar bastante. Filho de judeus convertidos para o luteranismo que imigraram rumo à França em 1925, para fugir do ascendente nazismo alemão, ele lutou contra a ocupação, foi preso pela Gestapo após retornar da Inglaterra para encontrar Charles de Gaulle, em plena Segunda Guerra, e passou por três campos de concentração. Chegou ao primeiro, Buchenwald, com uma condenação de morte como punição pela espionagem. Os nazistas não sabiam do passado judeu de Hessel e ele foi tratado como um espião. Esperto, conseguiu trocar de indentidade com um morto e acabou livre da sentença. Fugiu do campo duas vezes, foi recapturado em uma delas e conseguiu escapar de novo para se juntar aos aliados nos últimos meses da guerra para lutar pela libertação da França.