Foi Roland Barthes quem disse, no livro Mitologias: ;Na França, você não é ator se não passou pelos estúdios Harcourt;. De fato, todo portifólio que se preze na cena artística francesa tem lugar para o retrato em preto e branco no qual a sombra e a luz encenam um jogo de contornos que enleva o rosto do fotografado a uma dimensão celestial. Não há um rosto de celebridade do cinema ou da música francesa que não tenha passado pelos aposentos luxuosos do estúdio, e a exposição que o Museu Nacional da República recebe a partir de hoje pode ser percorrida como um passeio pela história dessa cena.
Além das celebridades, o Harcourt também é conhecido por ter registrado os maiores nomes da política e da intelectualidade francesa. Agora o estúdio tem os olhos voltados para os mercados chinês e brasileiro. Em 2012, montou uma filial no Rio de Janeiro e danou-se a fotografar os globais e personalidades cults, como o cacique Raoni e o cantor Ney Matogrosso, para um calendário da L;Oréal. A exposição faz parte dos planos de aproximação com o Brasil, por isso as celebridades brasileiras estarão ao lado de quase sete décadas de história da cultura francesa. ;Queremos mostrar personagens conhecidos franceses e algumas personalidades brasileiras;, avisa o presidente do estúdio, Francis Dagnan. ;Brigitte Bardot, por exemplo, é muito conhecida no Brasil, então melhor ter a foto de Brigitte que outros personagens menos conhecidos. Procuramos dialogar com o brasileiro por meio dessa exposição. Para mim, isso é uma ponte cultural, mas também é testemunho da nossa vontade de fotografar todas as personalidades importantes que contam no mundo.;
