Diversão e Arte

Pesquisa revela que poucos escritores investem em temática aos excluídos

Estudo sobre a literatura contemporânea mostra que há poucos personagens negros e pobres nas narrativas brasileiras

Nahima Maciel
postado em 15/03/2013 10:15
Estudo sobre a literatura contemporânea mostra que há poucos personagens negros e pobres nas narrativas brasileiras

Nos últimos 10 anos, o número de escritores mulheres e negros pode até ter aumentado na literatura brasileira, mas não será tão significativo quanto o foi nos anos 1970. Os personagens de pele escura podem deixar de aparecer como bandidos ou empregados domésticos, mas a cor dos autores dificilmente será equilibrada. Enquanto a educação não mudar o mapa da classe média brasileira, a literatura permanecerá confinada a um quadrado que reflete a organização social do país em que pouco fala sobre a periferia desprivilegiada. O tema é um dos capítulos do livro Literatura brasileira contemporânea: um território contestado, que a pesquisadora Regina Dalcastagn; acaba de lançar pela Editora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

Em 2004, Regina, que é professora da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora do Grupo de Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, deu início a um mapeamento quantitativo dos personagens e autores na produção literária nacional. Na época, os números confirmavam uma suspeita: havia poucos negros e pobres na narrativa brasileira. E isso valia para o universo fictício das histórias e para a cena real na qual circulam diariamente os autores. O grupo leu 258 romances escritos por 165 autores entre 1990 e 2004. Com o auxílio de fichas preenchidas com rigor acadêmico, a equipe chegou à conclusão de que 78,8% dos escritores brasileiros são brancos, e 72,7%, homens.



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