A presença constante e natural da água no cotidiano não ajuda a perceber este elemento vital como algo extraordinário, e a perspectiva de que, em 2025, cerca de metade da população mundial sofra com a falta desse líquido sempre parece algo muito distante. O artista Bené Fonteles não gosta muito dessa postura um tanto alheia à natureza finita dos recursos hídricos. A arte pode até não mudar o cenário, mas ajuda a chamar a atenção e é exatamente esse o propósito de Fonteles com Encontro das águas II. Em cartaz no Museu Nacional da República, a obra consiste em uma estrutura de PVC na qual estão penduradas esculturas de 23 artistas de todo o Brasil que usaram a água de maneira simbólica, poética ou literal para falar de um problema mundial.
Encontro das águas II é o ponto de partida para uma série de eventos programados para este ano pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pela Rede Internacional de Estudos e Ações Transdisciplinares da Água (Reata), incluindo a exposição Água e cooperação no século 21, ainda sem data de abertura. Ao idealizar a escultura, Fonteles deu inteira liberdade aos artistas para criarem as obras. A única condição era que, de alguma forma, elas contivessem o elemento temático.
Encontro das águas II
Exposição com curadoria de Bené Fonteles. Visitação até 28 de abril,de terça a domingo, das 9h às 18h30, no Museu Nacional da República (Setor Cultural Sul, Lote 2)