Há 40 anos, um homem habita um palácio, mas não é um rei. A cidadela vigiada por seres mitológicos de cerâmica, construída às margens do rio Capibaribe, no Recife, em projeto faraônico, abriga o ateliê e o acervo (resultante de décadas de trabalho) do artista plástico e escultor brasileiro Francisco Brennand. As imensas esculturas totêmicas imitam as formas de animais ou seres que existem apenas na imaginação do artista até ganharem estrutura sólida. Eles são testemunhas de um universo paralelo, existente no planeta Terra, e aberto à visitação do público.
Outros tesouros resistem ao efeito do tempo, escondidos na antiga fábrica da família Brennand, uma das mais abastadas do interior de Pernambuco. Porém, pouco conhecidas e talvez muito mais reveladoras das impressões e memórias do artista, as páginas de um diário guardam segredos íntimos. Nas mãos da documentarista Mariana Brennand Fortes, esses escritos ainda não publicados encontraram uma destinação interessante para o conhecimento do homem escondido sob o manto do artista.