É totalmente em silêncio que ele entra em cena. De blusa listrada, calça preta e suspensório, aparece empurrando uma pequena mala decorada com um tecido que combina com a sua roupa. Começa a mexer com as pessoas em volta, tira uns apetrechos da mala e, em pouco tempo, são vários olhos atentos a cada mínimo detalhe do "palhaço fazendo espetáculo de mágica". Nascido e criado em Brasília, Dan Marques, hoje com 30 anos, sempre desafiou o previsível. Quando resolveu negar o comodismo do dia a dia no Plano Piloto, fechou o bar do qual era proprietário, vendeu tudo o que tinha e se lançou no mundo com uma mochila nas costas e uma maleta de mágica cheia de argolas, cordas, baralho, moedas, fósforos e bolinhas. Ao chegar em Paris, em 2008, carregava consigo o conhecimento adquirido praticamente sozinho. O aprendizado veio de muita leitura, vídeos a que assistia e da experiência própria, repleta de erros, acertos e uma grande pitada de criatividade.
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Ao que parece, é realmente de alegria que se vive um mágico. Com 27 anos de profissão, Tio André já misturou sua história pessoal com os encantos da cartola. "É uma vida dentro da mágica. Eu sou praticamente um personagem;, brinca o mágico. Reconhecido em Brasília por seu trabalho com as crianças, ele acredita que seu diferencial está justamente no envolvimento e comprometimento com os pequenos. "Quando estou em uma festa, parece que eu sou outra criança. Estou ali brincando. E, quando termino, eu me pergunto: Nossa, mas eu vou receber para brincar?" Inclusive, a alcunha "tio" não deixa dúvidas de seu lugar de fala. Enquanto os mágicos usam nomes poderosos, como Mister M, ou David Blane, ele é o tio com muito orgulho. Sua história começou como palhaço, animando festas aos 16 anos. Com o tempo, foi experimentando vários personagens, mas quando testou o mágico (um personagem também típico do circo), foi ;fisgado por seu encanto".
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Assim como toda criança, Guilherme Ávila, hoje com 23 anos, sempre admirou a mágica. Mas ele não gostava só de olhar, ele tinha, desde pequeno, a esperança de ser igual às grandes figuras que via na televisão. "Com 12 anos comecei a meter a cara nesse sonho e comprei alguns livros para aprender truques. Nos meus primeiros shows pagos, era a minha mãe que me levava de carro e me esperava", conta.