postado em 03/04/2013 08:03
Se os últimos anos foram bombardeados por uma chuva de hits sertanejos e afins tocando repetidas vezes nas rádios, festas e novelas, 2013 promete ser o ano de um gênero velho conhecido dos brasileiros se reerguer e voltar a ocupar o topo: o funk. E se for preciso eleger quem é o fenômeno dessa nova era, seu nome é Naldo, que chegou ao mercado em 2005 ao lado do irmão Lula. O cantor ganhou o título de príncipe do pop ao incorporar outros ritmos no batidão. Com visual milimetricamente pensado, muita dança, refrões fáceis, letras sem palavrões e megasshows, Naldo está ao lado de Anitta, Buchecha e Koringa entre os funkeiros mais requisitados do momento, donos de uma produção bem diferente do funk de ostentação paulistano. Os quatro promovem esse ;novo; funk, mais amplo musicalmente e recheado de referências ao hip-hop norte-americano. Essa cara fresca garantiu uma forte presença em outras sintonias de rádio (não só as populares), espaço fixo em trilhas sonoras de novela das oito, além de aparições constantes em programas de tevê e nas páginas das revistas que ditam tendências musicais e de moda.;O funk vem se estabelecendo como aconteceu com o samba lá atrás, quando ele era marginalizado;, compara Naldo, estouradíssimo com o seu Amor de chocolate, que não descansa nem nas férias. Para ele, esse é o momento do funk criar uma nova identidade e alçar voos mais longos. Há poucos meses, o cantor esteve em Los Angeles para descansar. Aproveitou a viagem e gravou uma parceria com Timbaland, influente produtor de r ou rhythm and blues. O todo-poderoso da black music norte-americana já assinou a produção de discos para Justin Timberlake, Missy Elliot, Destiny;s Child, Nelly Furtado, Aaliyah e Jay-Z. Em junho, Naldo vai gravar um novo DVD e já tem algumas parcerias confirmadas, como a de Fat Joe e da dupla Jorge & Mateus. No segundo semestre, ele gravará o primeiro disco em espanhol.
História do funk
O antrópologo e pesquisador musical Hermano Vianna fez um dos estudos mais aprofundados sobre o gênero, o livro O mundo funk carioca, publicado pela primeira vez em 1988. O livro é originado da dissertação de mestrado de Hermano intitulada O baile funk carioca, que, segundo ele, já está defasada (assim como o livro) pelas infindáveis mudanças ocorridas nas últimas décadas. Na época da pesquisa, os bailes eram tomados por música 100% importada e, hoje, os bailes são embalados por repertório majoritariamente nacional. Outra diferença é que hoje essas festas são conhecidas e frequentadas pelo pessoal da Zona Sul e de bairros abastados em todo o país.
A origem do funk por Hermano Vianna: ;Em 1968, o soul já tinha se transformado em um termo vago, sinônimo de ;black music;, e perdia a pureza ;revolucionária; dos primeiros anos da década, passando a ser encarado por alguns músicos negros como mais um rótulo comercial. Foi nessa época que a gíria funky deixou de ter um significado pejorativo, quase um palavrão, e começou a ser um símbolo do orgulho negro. Tudo pode ser funky: uma roupa, um bairro da cidade, o jeito de andar e uma maneira de tocar música, que ficou conhecida como funk. Se o soul já agradava aos ouvidos da ;maioria; branca, o funk radicalizava suas propostas iniciais, empregando ritmos mais marcados (pesados) e arranjos mais agressivos;.
Assista ao vídeos que estão bombando:
MC Federado e os Leleks - Passinho do volante
[VIDEO1]
Mc Beyonce - Fala Mal de Mim
[VIDEO2]
Bonde das Maravilhas - Aquecimento das Maravilhas
[VIDEO3]
Naldo - Se joga
[VIDEO4]