Diversão e Arte

Em entrevista, Ronaldo Bastos conta histórias e fala da música brasileira

O coautor de clássicos como Cais, Cravo e canela, Nada será como antes, Trem azul, Amor de índio, O sal da terra e Um certo alguém criou o selo Dubas

postado em 14/04/2013 08:00
O coautor de clássicos como Cais, Cravo e canela, Nada será como antes, Trem azul, Amor de índio, O sal da terra e Um certo alguém criou o selo Dubas

Ronaldo Bastos era um jovem poeta niteroiense, infiltrado na cambada de mineiros formada, entre outros, por Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Wagner Tiso, Toninho Horta e Márcio Borges, que, no começo da década de 1970, criou o Clube da Esquina. O movimento trouxe novas luzes à MPB, ao fundir as inovações propostas pela bossa nova com elementos do jazz e do rock e da música folclórica de Minas. Ao lado de Bernardo Vilhena, Chacal e Charles Peixoto, Ronaldo integrou, também, o Nuvem Cigana, coletivo de poetas marginais com presença marcante na cena da contracultura carioca, que antecedeu a geração do rock dos anos 1980, com quem viria dialogar. Tempos depois, já na maturidade, o coautor de clássicos como Cais, Cravo e canela, Nada será como antes, Trem azul, Amor de índio, O sal da terra e Um certo alguém criou o selo Dubas, pelo qual tem lançado discos tidos como cult. - entre eles, Liebe Paradiso, com Celso Fonseca, de 2012.

Como se deu o envolvimento com a poesia e a música? Alguém da família o influenciou?
Fui arrebatado pelas ondas do rádio. Nesse tempo, o rádio tocava tudo, tudo mesmo: samba, baião, boleros, música estrangeira... uma salada. Não fui influenciado diretamente por nenhum parente, mas agradeço a meus irmãos, que chegaram com os primeiros discos de rock, e a meus pais, que compraram uma vitrola.

Antes da aproximação com os companheiros do Clube da Esquina, você trabalhou com outros artistas?
Comecei a compor com um amigo do Colégio Pedro II. Ainda era aprendizado e curtição, coisa de moleque. O meu primeiro parceiro para valer foi Luis Claudio Ramos, exímio violonista, arranjador e maestro, que hoje trabalha com o Chico Buarque. Quase nessa mesma época do meu encontro com Milton, conheci e comecei a trabalhar com outros parceiros, entre os quais estavam Joyce, Novelli, Danilo Caymmi...

Sua atuação no Clube da Esquina (em Minas) foi paralela à participação no movimento poético/marginal Nuvem Cigana (no Rio)?
Sim, foram acontecimentos fundamentais na minha juventude.

O coautor de clássicos como Cais, Cravo e canela, Nada será como antes, Trem azul, Amor de índio, O sal da terra e Um certo alguém criou o selo Dubas

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