postado em 14/04/2013 08:05
Ao guitarrista, dependendo de seu temperamento, é permitido não se expor muito ; nos palcos e fora deles. Dado Villa-Lobos, por uma década e meia, enquanto integrante da Legião Urbana, preferiu ficar na dele. Com o fim da banda, entretanto, em 1996, foi necessário elevar a voz. É assim, discretamente, que ele tem se feito ouvir ao longo dos anos. Na carreira solo, resolveu atacar também de cantor. Ao lançar o segundo disco, O passo do colapso, o ex-legionário reitera a nova faceta e mostra que não está, de fato, a fim de ficar no mesmo lugar.
;Sempre cantei no chuveiro. Começava com Beatles, She loves you e Can;t buy me love (cantarola). É uma terapia;, diz ele, em entrevista por telefone ao Correio. ;Em geral, a gente não gosta da própria voz. No primeiro disco, não gostei; neste, trabalhei de forma diferente, brinquei com sonoridades e texturas e foi bem mais tranquilo.; O novo trabalho foi registrado ao longo de dois anos, sob a batuta do requisitado Kassin, e reflete os ;colapsos; que Dado, aos 47 anos, tem vivenciado.
;A indústria fonográfica desfalecida, o rock também em baixa, a idade aumentando ; tudo isso contribuiu para o conceito do disco;, conta. Dado não escreve letras de música (;sou um analfabeto completo;) e aparece no crédito de metade das 12 faixas do disco, repleto de parcerias e participações de amigos.