Shakespeare já nasceu polêmico. Nem a data de nascimento é uma unanimidade. Há quem jure de pé junto que foi 23 de abril, outros não têm tanta certeza. Na dúvida, melhor recorrer ao primeiro registro público oficial de que se tem notícia: o certificado de batismo. De acordo com o documento, em 26 de abril de 1564, Shakespeare passou a contar com a proteção da luz divina. Mal sabia que ele próprio seria tratado como deus (da literatura e do teatro), mesmo quase cinco séculos depois.
;Entendi que Shakespeare era importante quando meu pai me disse, logo após eu passar pelo vestibular: ;Não deixe de ler a Bíblia, Homero e Shakespeare;;, confessou a professora Cíntia Schwantes, do Departamento de Letras da UnB. O interesse tomou maiores proporções e a levou até a Inglaterra, onde frequentou um curso sobre o escritor inglês. ;Li quase toda a obra completa. Acho que pode-se dizer que de alguma forma sou aficionada por ele;, assume. A tarefa, realmente, não é das mais fáceis. O legado do ;bardo de Avon; soma quase 40 títulos, além de dezenas de sonetos.
Tamanha intimidade com o trabalho do criador de Hamlet deixam Cíntia à vontade para dialogar sobre o mito. Mesmo quando as controvérsias emergem. A principal delas, que eventualmente volta à tona e domina ávidas discussões em clubes de leitura, tange à autoria dos textos. O filme Anônimo (2012) causou reboliço nas esferas acadêmicas ao sugerir que o real autor por trás das peças seria Conde de Oxford. Nada que convença Cíntia: ;Há uma unicidade estética; uma harmoniosa confluência; em tudo que ele escreve. Se quiserem provar que ele não escreveu alguma coisa, terão que mostrar, na verdade, que ele não escreveu nada;, pontuou.
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