Depois de cinco anos longe dos estúdios de gravação, a cantora Dido está de volta com o álbum ;Girl who got away;. Bela e talentosa, neste quarto disco a artista britânica repete a fórmula que lhe garantiu o sucesso no segmento pop eletrônico, com sofisticada delicadeza e capricho nos arranjos, especialmente nas baladas, mas com eficiência também nos temas mais dançantes.
É importante reforçar que não é caso de falta de ousadia, mas de insistir numa marca, em um estilo facilmente reconhecível e que Dido já vinha burilando desde a época do Faithless, grupo de trip-hop em que atuou ao lado do irmão e principal parceiro Rollo Armstrong. Além de Rollo, o novo ;Girl who got away; contou com a colaboração de produtores tarimbados, de Brian Eno a Jeff Bhasker, Rick Nowels e Greg Kurstin.
Quase feito em casa, o disco não tem nenhum hit imediato como nos trabalhos anteriores de Dido, como ;Here with me;, ;Thank you;, ;Don;t think of me; e ;Hunter;, do álbum ;No angel; (1999), que vendeu sozinho 16 milhões de cópias em 1999. Ou mesmo ;White flag;, de ;Life for rent; (2003); e ;Grafton street;, de ;Safe trip home; (2008). Mas conta com a participação do rapper Kendrick Lamar em ;Let us move on;, que rendeu o primeiro single e carro-chefe do álbum.
O que se percebe, pelo conjunto de 11 faixas, é que Dido fez a acertada opção pela simplicidade. ;No freedom;, ;Sitting on the roof of the world; e ;Day before we went to war; trazem sua assinatura inconfundível, consolidando mais uma vez sua posição de ótima intérprete de baladas. Para as pistas, ela reservou pelo menos duas boas novidades: ;Blackbird; e ;Go dreaming;. Lá fora saiu ainda uma edição deluxe do álbum, com pequenas diferenças no design do encarte e um CD bônus com a versão alternativa de ;Let us move on; e mais cinco faixas extras, entre elas ;Everything to lose;, da trilha sonora do filme ;Sex and the city 2;.