A ideia de revitalizar um espaço deteriorado para que sirva como local de exposições artísticas não é nova. Nova York faz isso há décadas. O (bairro do) Soho que o diga. Londres também soube aproveitar os antigos galpões abandonados. A área portuária do Rio segue o exemplo. Em Brasília, a melhor amostra desse movimento, talvez, seja o Espaço Ecco. Ou melhor, fosse. Na terça-feira, um dos mais tradicionais cenários de artes plásticas na capital fechou as portas.
Muitos ainda lembram da primeira sede da iniciativa, que ocupava o subterrâneo do Venâncio 2000. Antes da chegada do Ecco, o local funcionava como um grande depósito, sem grandes pretensões. Nos quatro anos que permaneceu no endereço, o centro comercial, acostumado aos movimentos de trabalhadores e funcionários dos arredores, recebeu uma nova frequência. Exposições, instalações e peças deram uma nova cara ao prédio, considerado, então, fadado ao esquecimento.
A exitosa experiência impulsionou a diretora do Ecco, Karla Osorio (nos últimos três anos, curadora), a buscar um lugar ainda mais amplo, autônomo, para continuar as atividades. ;Foi quando me deparei com esse galpão no Setor Comercial Norte, onde viviam famílias de mendigos. Era conhecido pela prostituição e pela venda de drogas. Uma ação de demolição estava prevista, inclusive;, lembrou Karla. O Ecco se instalou ali, em desde 2005, ; depois de uma vigorosa reforma ; e se consolidou como expoente da arte contemporânea.