Agência France-Presse
postado em 06/05/2013 15:13
Estocolmo - Os quatro membros do lendário grupo ABBA se mostraram a princípio resistentes, mas parecem ter definitivamente virado a página de seus receios ao aceitar a criação de um museu que abrirá suas portas nesta terça-feira (7/5) em Estocolmo. "Vocês vão poder nos ver juntos no museu. Não poderiam nos ver mais de perto do que isso", afirmou, em tom de brincadeira, Bj;rn Ulvaeus, durante uma coletiva de imprensa, descartando assim qualquer possibilidade de um retorno do grupo aos palcos.
"Eu estava um pouco relutante em me tornar objeto de museu; realmente não queria ouvir falar sobre isso. Mas eu tive que mudar de ideia", declarou à AFP. "Os outros (Anni-Frid Lyngstad, Benny Andersson e Agnetha F;ltskog) também não estavam dispostos a virar peças de museu. Mas também mudaram de ideia. Espero que eles fiquem muito felizes porque um museu é uma coisa permanente, que vai estar nos guias turísticos"
ABBA The Museum abre ao público nesta terça-feira (7). Bj;rn Ulvaeus esteve pessoalmente envolvido na concepção do local, e garantiu parte de seu financiamento. "Eu apenas disse a mim mesmo que deveria fazer de tudo para torná-lo tão bom quanto possível", explicou. "Esta é uma história que vale a pena ser contada"
[SAIBAMAIS]"Além do que meus netos estão começando a fazer perguntas. Tenho uma neta de cinco anos e talvez seja um pouco cedo para começar a conversar sobre uma banda pop e celebridades. Depois acho que vou escrever uma história para ela: era uma vez um menino em uma cidade pequena em algum lugar na Suécia, que recebeu uma guitarra de Natal quando tinha onze anos".
A história de Bj;rn e dos outros é reconstruída no museu. Vale tudo: fotos de infância, os primeiros sucessos, a formação do grupo, imagens de dois casais em a intimidade, mas também a reconstrução do estúdio de sua produtora, a mesa de trabalho do estilista ou o estúdio de gravação. O visitante é guiado por 1.300 m; ao som das vozes dos ídolos gravadas para a ocasião.
"Também trata da vida cotidiana, da vida com os filhos, da ruptura, crises, coisas que não falamos muito, divórcios. Supera a imagem lúdica que criamos", explica Bj;rn. Ele foi casado com Agnetha, com quem teve dois filhos. Benny e Anni-Frid formavam o outro casal. Em um ambiente alegre e amigável, os visitantes também podem cantar no palco com o ABBA e admirar seus trajes brilhantes.
"Podíamos vestir o que quiséssemos", lembra Bj;rn. "Achávamos isso legal (...), eramos muito sérios com a nossa música e podíamos não levar tão a sério quanto ao que vestir". Desde 1974, o grupo, que durou 10 anos, vendeu 378 milhões de álbuns no mundo inteiro. "Depois de dez anos, a energia criativa diminui. Então, em 1982, pensamos em fazer outra coisa", concluiu Bj;rn.
Os fãs mais incondicionais que tiveram a oportunidade de visitar o museu na sexta-feira (3/5) não se decepcionaram. "Foi muito bom, muito bem feito. As roupas foram muito bem colocadas em evidência", ressaltou Xavier, de 35 anos. Ele veio da Bélgica especialmente para a ocasião com Christine (36 anos) e Patrícia (47 anos). Acompanhados por cinquenta outros fãs entusiastas de todo o mundo, eles esperam desde o início da manhã em frente ao museu, na esperança de vislumbrar seus ídolos.
Bj;rn, Benny e Anni-Frid eram esperados na noite de segunda-feira para a abertura do museu. "Fomos informados que Agnetha não viria, mas minha intuição me diz que vai estar lá", disse Patricia, esperançosa.