A passagem de Cisne negro (2010) pelos cinemas provocou dois marcos inquestionáveis: a interpretação visceral de Natalie Portman no papel principal e a intensidade que O lago dos cisnes exerce sobre o espectador. O filme consagrou uma peça que reina absoluta em popularidade e impacta quem assiste e quem a interpreta. O reconhecimento traz um fardo às companhias que ousam apresentá-la: a superação. Com inúmeras montagens e um enredo consolidado, os cisnes entram no palco com a tarefa de alçar voos cada vez mais altos. O Ballet Nacional da Rússia encara essa missão amanhã, em uma performance única no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
A preocupação começa na escolha do elenco, conhecido como cast na linguagem do balé. ;É preciso estar bem preparado fisicamente, ter o porte necessário e estar ciente da orientação da companhia. Os aspirantes a bailarinos devem amar a profissão, ser disciplinados e se dedicar ao trabalho;, explica o coreógrafo e dirigente da companhia, Viatcheslav Gordeev, que também trabalha no Bolshoi, em Moscou.
A estudante e bailarina brasiliense Erika Canedo sabe bem disso. Com 14 anos dedicados à dança clássica, ela admite que O lago dos cisnes sempre pauta os anseios dos dançarinos. ;É talvez o papel mais marcante na vida de uma bailarina. Todos querem dançá-lo;, revelou. Os motivos se alternam: ;O lago dos cisnes é muito versátil. Ora dramático, ora mais leve. Não é muito fácil e acaba se tornando um desafio pessoal;, disse. A catarse, segundo ela, fica por conta da execução dos 32 fouettés en tournant, que se tornou uma obsessão para grande parte das bailarinas que enveredam profissionalmente pela dança.
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