Sob ruidoso som da trilha de O grande Gatsby, que inclui nomes como com Jay-Z, Beyoncé e Fergie, o 66; Festival de Cannes (França), supremo em tamanho (a seleção partiu de 1.859 filmes), começa hoje, com a projeção (em 3D) da celebrada adaptação da obra de F. Scott Fitzgerald. Ainda com parca presença brasileira ; somente os curtas Pátio (Aly Muritiba) e Pouco mais de um mês (André Novais Oliveira), respectivamente, nas mostras paralelas Semana da Crítica e Quinzena dos Realizadores ;, Cannes terá discreto tom verde-amarelo, diante das anunciadas viagens de Pelé (que, amanhã, detalhará projeto de filme que cobre de sua infância à primeira Copa), Gaby Amarantos (a postos para animar a festa) e de representantes do curta A última rosa (baseado em Guimarães Rosa), criado a partir de voluntariado de alunos da Unicamp e capaz de levar a realizadora Ana Cecília Araki para o segmento Short Film Corner, formatado para integrar novos diretores.
[SAIBAMAIS]No festival, programado para terminar em 26 de maio, 20 filmes competirão pela renomada Palma de Ouro. Alguns diretores, aliás, vencedores, no passado. Caso de Roman Polanski, agora, às voltas com uma musa perigosa para o diretor teatral da trama de La vénus à la fourrure. Vitoriosos em 1991, os irmãos Ethan e Joel Coen voltam a abordar a música, em Inside Llewyn Davis, em torno dos anos de 1960, época em que despontou o fenômeno folk biografado. No elenco, estão Carey Mulligan e Justin Timberlake. Outro veterano em campo é Steven Soderbergh, também dedicado à música, em Behind the candelabra, encabeçado por Matt Damon e Michael Douglas, e que retrata os excessos da relação amorosa do extravagante pianista Liberace. Experiente, Jim Jarmusch comparece com Only lovers left alive, que cerca um músico outsider.
Apesar de francês, o competidor A castle in Italy, estrelado por Louis Garrel, demonstra o declínio de uma família italiana da burguesia. Na mesma linha, Paolo Sorrentino, já reconhecido pelo júri, em edição anterior, representará a Itália, com La grande belleza, dado a esmiuçar a decadência da sociedade daquele país. Em Nebraska, outro selecionado, o sempre ácido Alexander Payne conduz a história de um ancião que circula, com demência, pela cidade natal, nos Estados Unidos. A trama de um aspirante a dançarino, com sonho vetado, diante da vocação para auxiliar um tio doente, tem chances de comover o júri, na fita do realizador Chade Mahamat-Saleh Haroun, e que ganhou destaque pela anterior, Um homem que grita.