Diversão e Arte

"Renato assinaria embaixo", diz Vladimir Carvalho sobre Faroeste cabloco

Correio pergunta aos amigos e familiares de Renato Russo: "se ele estivesse vivo, o que acharia dos filmes sobre a vida e a obra dele?"

postado em 16/05/2013 08:27

Cena de Faroeste caboclo: versos escritos em 1979

;O Renato assinaria embaixo.; A afirmação é do cineasta Vladimir Carvalho, feita logo após deixar a sessão de Faroeste caboclo, longa de René Sampaio inspirado na música homônima do líder da Legião Urbana, cuja pré-estreia aconteceu na última terça-feira em Brasília. ;Renato está de corpo inteiro ali, era também um dramaturgo e o diretor fez jus ao talento dele. René reuniu elementos, como o cordel e a tragédia grega, que coincidem com as resoluções de Glauber Rocha para Deus e o Diabo na Terra do Sol;, compara, ;e transpôs para a tela os componentes de patologia social listados por Renato;. Faroeste foi composta por Russo em 1979 e, desde que despontou, chamou a atenção pela verve cinematográfica.

Sampaio trabalhava na obra havia cerca de oito anos. O filme só estreia no circuito comercial no dia 30, mas quem quiser se aprofundar no universo de Russo pode assistir a Somos tão jovens, filme de Antonio Carlos da Fontoura sobre a cena roqueira de Brasília, com Thiago Mendonça no papel do legionário. ;Renato se veria no espelho, o filme é muito fiel às ideias e ao comportamento dele. Pegaram o clima e souberam transmitir, mesmo que o tipo físico do Thiago, que é talentosíssimo, não fosse parecido;, opina Vladimir. Em cartaz desde o dia 3, o longa já levou mais de 1 milhão de pessoas aos cinemas.



O vocalista da Plebe Rude, Philippe Seabra, cuidou da trilha de Faroeste caboclo e prestou consultoria para Somos tão jovens. Seabra contou que foi um dos primeiros a ouvir a música que originou o primeiro filme. ;Ele teria gostado, sim, mas talvez tivesse dado tantos pitacos que até se tornasse diretor;, brinca. Ao tentar enxergar a película de Fontoura pelas lentes do cantor da Legião, o artista diz que talvez ele achasse algumas coisas caricatas, mas teria adorado o destaque dado à importância das fitas-cassetes e à revolução que o punk causou na vida deles.

Faroeste caboclo

"Gostei do filme, de forma geral. Mas ele (Renato) teria interferido aqui e ali, do jeito que era. Eu teria feito de uma outra maneira. Nem por isso não me agradou, pelo contrário;
Dona Carminha, mãe de Renato

Somos tão jovens

"O filme me parece uma versão da família para a história. Ele não choca em nenhum momento, e ele chocava à beça;
Maria Paula Vasconcelos, amiga

Correio pergunta aos amigos e familiares de Renato Russo:

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