Agência France-Presse
postado em 23/05/2013 14:47
CANNES - "Nebraska", um ;road movie; melancólico de diálogos diretos assinado por Alexander Payne e exibido nesta quinta-feira (23/5) na competição oficial no Festival de Cannes, atravessa uma América rural economicamente deprimida acompanhando um velho homem que perdeu a cabeça e um filho que vai provar seu amor.
Maravilhosamente filmado em preto e branco, a aventura começa em Montana com a imagem do velho homem (Bruce Dern) caminhando desorientado por uma estrada cheia de neve na direção de Nebraska para receber um milhão de dólares prometidos em uma mensagem improvável.
Sua família, cansada de suas viagens perigosas e de sua ideia fixa, planeja colocá-lo a um asilo. Um de seus filhos (interpretado por Will Forte) o levará para buscar o hipotético cheque milionário e viver plenamente sua fantasia por alguns dias. Filmar em preto e branco permitiu casar visualmente com "a austeridade da vida dos personagens", explica o diretor.
"Eu levei minha câmera para o interior e apontei para as coisas que vi", indicou Alexander Payne, que nega ter tido a intenção de documentar uma economia em crise.
Há nove anos, ele se apaixonou pelo roteiro, muitas vezes engraçado, de Bob Nelson. "Você também beberia muito se fosse casado com sua mãe", diz o pai para seu filho.
"Você sabe o que eu faria com um milhão de dólares? Eu o colocaria em um asilo", ataca a mãe (June Squibb), que diz tudo o que pensa.
[SAIBAMAIS] Dura realidade no Meio-oeste
"Nebraska", filmado nas grandes planícies do Meio-Oeste passando por quatro estados, nos oferece uma galeria de retratos de uma América profunda ligeiramente em crise. Um homem taciturno diante da TV e com seu prato cheio, de repente ouve falar do grande prêmio.
O pai alcoólatra pouco se ocupava de seu filho, funcionário de uma pequena loja de produtos eletrônicos que recebe pouquíssimos clientes, levando uma vida monótona. O filme lida com este momento delicado da velhice e da senilidade emergentes, onde os papéis são invertidos.
Durante uma passagem forçada da viagem, o pai encontra a sua pequena cidade natal em declínio e memórias enterradas, enquanto velhos conhecidos revelam alguns segredos íntimos para filho. A relação pai-filho começa a se aprofundar.
O filme trata de forma agridoce temas como a memória seletiva, ilusões, amor de família, dignidade. Bruce Dern, de 76 anos, que trabalhou com Kazan, Hitchcock, Coppola e Tarantino, elogiou "o senso de risco" de Alexander Payne, que já filmou com sua filha, a atriz Laura Dern.
O diretor disse à AFP que teve algumas discussões com a Paramount acerca desta filmagem em preto e branco, potencialmente menos distribuída (orçamento de 13,6 milhões dólares). "Eles fizeram uma aposta em mim e me deram confiança", ressaltou.
O diretor de 52 anos, nascido em Nebraska e que concluiu o filme na sexta-feira passada, revelou que "detesta filmar em carros". "Mas eu gosto de viajar, conhecer o mundo. Os filmes precisam de um impulso para ir a algum lugar", considerou.
Foi um outro ;road movie; que lhe rendeu um Oscar de melhor roteiro adaptado em 2005: "Sideways - Entre umas e outras", traçando a viagem de dois amigos na Rota do Vinho, na Califórnia.
Também recebeu o mesmo prêmio em 2012 por seu penúltimo filme "Os descendentes", que conta a reviravolta na vida de um rico proprietário de terras no Havaí (George Clooney), após um acidente com sua esposa.
Maravilhosamente filmado em preto e branco, a aventura começa em Montana com a imagem do velho homem (Bruce Dern) caminhando desorientado por uma estrada cheia de neve na direção de Nebraska para receber um milhão de dólares prometidos em uma mensagem improvável.
Sua família, cansada de suas viagens perigosas e de sua ideia fixa, planeja colocá-lo a um asilo. Um de seus filhos (interpretado por Will Forte) o levará para buscar o hipotético cheque milionário e viver plenamente sua fantasia por alguns dias. Filmar em preto e branco permitiu casar visualmente com "a austeridade da vida dos personagens", explica o diretor.
"Eu levei minha câmera para o interior e apontei para as coisas que vi", indicou Alexander Payne, que nega ter tido a intenção de documentar uma economia em crise.
Há nove anos, ele se apaixonou pelo roteiro, muitas vezes engraçado, de Bob Nelson. "Você também beberia muito se fosse casado com sua mãe", diz o pai para seu filho.
"Você sabe o que eu faria com um milhão de dólares? Eu o colocaria em um asilo", ataca a mãe (June Squibb), que diz tudo o que pensa.
[SAIBAMAIS] Dura realidade no Meio-oeste
"Nebraska", filmado nas grandes planícies do Meio-Oeste passando por quatro estados, nos oferece uma galeria de retratos de uma América profunda ligeiramente em crise. Um homem taciturno diante da TV e com seu prato cheio, de repente ouve falar do grande prêmio.
O pai alcoólatra pouco se ocupava de seu filho, funcionário de uma pequena loja de produtos eletrônicos que recebe pouquíssimos clientes, levando uma vida monótona. O filme lida com este momento delicado da velhice e da senilidade emergentes, onde os papéis são invertidos.
Durante uma passagem forçada da viagem, o pai encontra a sua pequena cidade natal em declínio e memórias enterradas, enquanto velhos conhecidos revelam alguns segredos íntimos para filho. A relação pai-filho começa a se aprofundar.
O filme trata de forma agridoce temas como a memória seletiva, ilusões, amor de família, dignidade. Bruce Dern, de 76 anos, que trabalhou com Kazan, Hitchcock, Coppola e Tarantino, elogiou "o senso de risco" de Alexander Payne, que já filmou com sua filha, a atriz Laura Dern.
O diretor disse à AFP que teve algumas discussões com a Paramount acerca desta filmagem em preto e branco, potencialmente menos distribuída (orçamento de 13,6 milhões dólares). "Eles fizeram uma aposta em mim e me deram confiança", ressaltou.
O diretor de 52 anos, nascido em Nebraska e que concluiu o filme na sexta-feira passada, revelou que "detesta filmar em carros". "Mas eu gosto de viajar, conhecer o mundo. Os filmes precisam de um impulso para ir a algum lugar", considerou.
Foi um outro ;road movie; que lhe rendeu um Oscar de melhor roteiro adaptado em 2005: "Sideways - Entre umas e outras", traçando a viagem de dois amigos na Rota do Vinho, na Califórnia.
Também recebeu o mesmo prêmio em 2012 por seu penúltimo filme "Os descendentes", que conta a reviravolta na vida de um rico proprietário de terras no Havaí (George Clooney), após um acidente com sua esposa.