À primeira vista, Mormaço, novo CD e DVD de Marcelo Camelo, pode parecer mais do mesmo. Músicas dos tempos de Los Hermanos se unem a composições dos discos solo Toque dela (2011) e Sou (2008), e poucas faixas são novidades na voz do cantor. Apesar do repertório conhecido, o artista carioca consegue dar cara nova a sucessos consagrados, em uma apresentação íntima, só com voz e violão ; e participações especiais da cantora e esposa Mallu Magalhães e do rabequista Thomas Rohrer.
;Não me incomoda ter um trabalho conectado com Los Hermanos. É natural, visto que foi no grupo que comecei minha carreira profissional e que fizemos muito sucesso com o nosso público. É uma história que ajudei a construir de pertinho e só me orgulha ser lembrado como parte dela. Mas procuro, com as versões de violão, fazer a música de uma maneira diferente;, explica Camelo. Ele já tocava Casa pré-fabricada, Dois barcos e Menina bordada entre outras, nessas versões há muito tempo. Então, o trabalho de seleção não precisou levar em conta possíveis traduções do formato de banda para o violão. Ele escolheu as canções que mais o emocionavam e as que ficariam melhor no show.
Entre as inéditas, estão Luzes da cidade, Dois em um e Porta de cinema. A primeira foi composta especificamente para a apresentação no Theatro São Pedro (Porto Alegre). A segunda tinha sido gravada pela cantora Milena Monteiro há dez anos, porém Camelo nunca tinha tocado. E Porta de cinema faz parte da história do músico, já que é de autoria de Luiz Souza, seu avô. ;Eu não o conheci, mas essa canção chegou até mim pelo canto da minha família. O pessoal cantava as músicas dele nos encontros, por isso as conheço antes de me alfabetizar. Elas estão em mim como esses cantos primordiais que a gente carrega, de canção de ninar, de música do rádio.;