Arnaldo Antunes não entende bem o conceito de férias. Ele é o cara que sai para o tempo de descanso com a família e volta com um disco novo. Depois de dois álbuns ao vivo ; Ao Vivo Lá em Casa (2011) e Acústico MTV (2012) ; e ainda na turnê do trabalho mais recente, ele anuncia para outubro o lançamento de um novo CD com inéditas: Disco, que traz uma novidade. Todo mês, até outubro, Antunes lançará um single.
O primeiro single, o de junho, chama-se Muito muito pouco e já pode ser ouvido no Ao Correio, o cantor, compositor e escritor fala sobre o novo álbum e a música que fez ao lado de Marisa Monte e Carlinhos Brown em apoio ao casamento gay, e sobre o seu processo criativo.
Apesar do lançamento em outubro, o próximo disco já está completo?
Não, o disco está em processo. Estou fazendo ele, só que de maneira diferente. Como vou gravar em um prazo mais largo, por conta de não querer abortar a excursão do Acústico MTV, estou gostando muito de fazer os shows e, ao mesmo tempo, fiquei animado com uma série de músicas que fiz nas férias. Falei: ;Ah, quero gravar logo o disco novo;. Mas como estou conciliando o período de gravação com os shows, vou fazer esse disco em um prazo maior, e pensei: ;Por que não mostrar, conforme as músicas vão ficando prontas?;. E surgiu essa ideia de veicular as músicas na internet. Uma música por mês, até a saída do disco novo inteiro, no começo de outubro. Enquanto faço, ao mesmo tempo, vou mostrando.
Você pretendia, com esse lançamento em pílulas, tomar decisões a partir das reações do público e da crítica?
Não, era só uma forma de veicular. Ao mesmo tempo, tem um apego ao disco como algo que tem um conceito sonoro, que tem uma relação entre as faixas. Então, por causa desse paradoxo, é que eu dei o nome de Disco. Não há uma estratégia para me guiar pelo que as pessoas falam das músicas, até porque o repertório já existe, já foi composto. Mas tem todo um sabor de escolher qual vai ser a próxima música, a expectativa. Vem uma música e, depois de um mês, vem outra e isso vai formando um quebra-cabeça. É uma interação que acaba me nutrindo como criador, mas eu não dependo dessa reação para dar prosseguimento ao disco. É só um jeito de interagir mesmo.
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