Logo na capa de Cadafalso, novo disco do cantor Marcelo Frota, o Momo, ele diz a que veio. ;O objetivo era colocar um retrato preto e branco de um compositor da música brasileira. Banda e arranjos, às vezes, nem fazem tanta diferença;, explica Momo ; como o artista mineiro-carioca é conhecido. O quarto álbum da carreira solo foi feito basicamente com voz e violão, rompendo, em partes, com a estética dos trabalhos anteriores.
A melancolia ficou. Apesar de ser um cara bem-humorado e alto astral, Momo leva para suas letras e melodias desencontros, saudades e solidão. E nem por isso Cadafalso é triste. É só um olhar mais profundo sobre os sentimentos inquietantes. Já o formato minimalista se contrapõe ao que foi feito nos discos anteriores, A estética do rabisco (2006), Buscador (2008) e Serenade of a sailor (2011). A guitarra, o baixo e a bateria presentes até então, saem de cartaz para deixar o artista mais à vontade, livre para improvisos.