Sucesso de público e de crítica, a sexta temporada da série Mad men chegou ao fim nos Estados Unidos no último dia 23. No Brasil, a saga dos publicitários da Madison Avenue (por isso o ;mad;, um trocadilho com o significado de ;louco; em inglês) é exibida pelo canal pago HBO e só termina no próximo dia 15. Um desfecho que entre os americanos bateu recordes de audiência, alcançando um público de 2,7 milhões de espectadores somente no último episódio.
A série, lançada em 2007, inicia a narrativa em 1960, centrada no personagem Don Draper, o então brilhante e misterioso diretor criativo da agência de publicidade Sterling Cooper, dono de uma vida pessoal turbulenta, que inclui mulher, dois filhos e duas amantes. Ao longo de seis temporadas, Don encarou a paternidade pela terceira vez, um divórcio, o fim da agência na qual trabalhou a vida inteira, o começo de outra agência, a revelação de uma segunda identidade, novas amantes, novos sócios, novo casamento e uma derradeira crise com o álcool.
Mas os outros personagens não ficam para trás em complexidade e conflitos. A saga da jovem ambiciosa Peggy Wilson para se tornar publicitária, num mundo em que as mulheres eram, no máximo, secretárias, é convincente e intrigante. Nem mesmo Betty, a esposa de Draper, que abraçou a vida de dona de casa, se mostra resignada. Mad men mostra com destreza a figura da mulher surgindo como indivíduo e em busca de algo além do cotidiano doméstico. Longe de simplificar questões como feminismo e racismo, a série revela os preconceitos até dentro das minorias.