Carlos Dias Lopes - Especial para o Correio
postado em 02/07/2013 08:38
Paris - Em 3 de julho de 1971, Jim Morrison, o carismático e influente cantor dos Doors, morria em Paris. O desaparecimento do artista norte-americano há 42 anos até hoje intriga e fascina as sucessivas gerações de jovens que nunca deixam de renovar o interesse pela obra do grupo californiano. O fato é que em seus últimos dias em Paris, Jim parece ter feito um esforço deliberado para doar seu cadáver a especulações mistificadoras e tendenciosas que desde os primórdios alimentaram a história do rock com mistérios, confusões e reinações falaciosas.
Por que Paris? Como muitos jovens com sede de uma densidade cultural que a América não oferece, Jim foi ao Velho Mundo seguir as pegadas de artistas que inspiravam sua poesia. Muitos deles tinham nascido, criado ou morrido na capital francesa, como Arthur Rimbaud, Charles Beaudelaire e Oscar Wilde. E nessa busca, Mr. Mojo Risin (anágrama que Jim criou para si) exagerou. Ao chegar à capital fez questão de se hospedar no Hotel, estabelecimento soturno do Quartier Latin onde Wilde morreu em 1900. Um dia bebeu até cair, literalmente, despencando da janela do quarto sobre o teto de um carro. Fora a segunda queda em circunstâncias semelhantes em pouco tempo. Semanas depois de errar por outros hotéis, começou a tossir compulsivamente e a cuspir sangue. Quando, enfim, encontrou residência fixa, a namorada Pamela Courson o convenceu a procurar atendimento. Um médico prescreveu ao asmático e obeso paciente forte medicação, alertando que misturados ao álcool os remédios lhe fariam mais mal do que bem.
Ouça a música Light my fire, da banda The Doors
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The Doors toca a música Hello, I love you
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