Diversão e Arte

Maria Bethânia e Cleonice Berardinelli aquecem a Flip com poesia

A cantora e a escritora declamaram poemas de Fernando Pessoa em Paraty

postado em 05/07/2013 22:37
Maria Bethânia declamou poemas do português

Terminou por volta das 20h30 dessa sexta-feira (5) a mesa mais concorrida da 11; edição da Festa Literária Internacional de Paraty. No palco, a cantora Maria Bethânia declamou poemas de Fernando Pessoa ao lado da escritora e professora Cleonice Berardinelli, considerada a mais importante estudiosa da obra do português no mundo.

Os ingressos para a mesa estão esgotados desde o primeiro dia do início das vendas, semanas atrás. Foi uma das primeiras atrações a esgotar. O produtor carioca Vinícius Ferrari acredita que o impulso inicial pela alta procura foi à custa de Bethânia : ;Ela é avessa a aparições públicas. Como possui um público muito fiel, os fãs não perderam a oportunidade de vê-la tão de perto;.

O convite para a cantora não foi por acaso. Bethânia costuma mesclar poemas às canções que compõem o repertório de trabalho. Fernando Pessoa, certamente, é um dos mais recorrentes. A intensa interpretação que empresta aos versos lusófonos se tornou um dos seus marcos pessoais.

A emoção do encontro, porém, ficou a cargo de Dona Cleo (como é carinhosamente conhecida). Aos 96 anos, a professora impôs força e personalidade em cada poema lido e emocionou os presentes. ;A vitalidade dela me impressionou. Que mulher!”, exclamou a inglesa Emilie Firch, que estuda Letras no Rio de Janeiro. ;Eu vim pela Bethânia, que conheço pelos shows. Mas, Cleonice foi um presente;, resumiu.

A escritora e professora Cleonice Berardinelli

Por vir
Depois de dois dias de festa, Bethânia e Dona Cleo trouxeram calor literário ao festival que ainda não provocou maiores alardes. A presença de Gilberto Gil na abertura e em uma discussão no dia seguinte não causou a comoção esperada, assim como a primeira mesa dedicada aos protestos, que aconteceu ontem. O debate foi ávido, mas não transgrediu a tenda que o abrigou.

Ninguém esperava que fosse uma senhora de quase 100 anos a promover o primeiro grande clamor da Flip (importante ressalvar a presença da francesa Lila Azam Zanganeh, que casou suspiros pela manhã). Dona Cleo abriu os trabalhos para uma festa que começa a esquentar. Neste sábado, o termômetro sobe. Duas manifestações estão previstas. Outros dois debates sobre os protestos ocupam a tenda principal. No domingo, o poeta egípcio Tamim Al-Barghouti vai abordar os conflitos. De cá e de lá. A Flip começa a dizer a que veio.

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