Depois de sete anos sob o guarda-chuva do governo do Distrito Federal (GDF), o Museu Nacional da República se prepara para trocar de mãos. Até o próximo ano, a instituição passa a ser administrada pelo Instituto Nacional de Museus (Ibram), órgão do Ministério da Cultura (MinC), que concentra a gestão dos museus federais brasileiros. A mudança, que ocorrerá em forma de cessão de bem público, deve movimentar o cenário das artes plásticas no Brasil e no exterior. A pedido da presidente Dilma Rousseff, o museu passará a ser administrado pela esfera federal, com o objetivo de dar mais visibilidade aos acervos da União. E isso significa que será preciso mapear exatamente o conteúdo desses acervos.
É bem conhecido que o Banco Central tem seus Portinaris muito bem guardados em cofres e que a Caixa tem um conjunto de obras capazes de contar a história da arte brasileira. E que, vale lembrar, os dois órgãos são bastante empenhados em exibir suas coleções em suas próprias galerias, equipadas com estruturas modernas e adequadas à exposição de obras de arte. Mas o Ibram quer, agora, saber onde estão e quais são os acervos desconhecidos dos órgãos e das instituições federais. E nesse conjunto ; que no futuro pode se tornar o acervo do Museu Nacional ou ser exposto ali permanentemente ; entram dos ministérios às embaixadas do Brasil espalhadas pelo mundo. ;O que queremos é a possibilidade de democratização desses acervos federais, a partir do museu;, avisa Eneida Braga Rocha, presidente interina do Ibram.