No que depender de alguns dos principais roqueiros do país, o rock não corre riscos. O consenso crítico parece recair na falta de espaço para o estilo. Fora isso, não há motivos para prognósticos muito pessimistas, principalmente pela vontade intrínseca da juventude de continuar pulsando o rock and roll.
Ex-vocalista do Ira, Nasi lembra que as manifestações populares nas últimas semanas ajudaram a ressuscitar a atitude contestatória do estilo: ;Os jovens tomaram as ruas com canções do rock nacional, dos anos 1980;. Sérgio Britto, do Titãs, não acredita que o movimento atual possa pautar o mercado, mas que reforça o desejo de ;escutar um som alternativo, sair do mainstream;.
O ex-colega de banda, Chales Gavin, hoje um pesquisador da música nacional, fez um retrato das últimas décadas e se mostrou incerto quanto ao panorama atual: ;Onde podemos ouvir o rock?;, questionou. O tom menos animado também prevaleceu no relato de Scandurra (que fez carreira no Ira, mas tocou no Ultraje a Rigor por dois anos): ;Não sou dos mais otimistas;, admitiu. Nada que desanime o vocalista da carioca Detonautas. Segundo Tico Santa Cruz, a hora é de ;voltara a celebrar o estilo;. O quadro é enfermo, mas o pulso ainda pulsa!