A cena é de filme. Num lado, meninas e meninos mascam chicletes, devoram pipocas e hambúrgueres, do outro enamorados trocam carinhos ardentes sem prestar atenção aos rolos de filme que deslizam pelo projetor. Fazem tudo isso dentro de carrões conversíveis com formato de rabo de peixe;, mas não se trata de um filme específico. Vem de várias tramas produzidas principalmente por Hollywood. Nessas charmosas sessões de dentro do carro, o espectador tem liberdade para falar em voz alta, comer o que quiser e ; mais recentemente, usar smartfones enquanto assiste filmes sem incomodar as pessoas ao lado.
Este ano, a cinematografia brasiliense faz a sua versão em homenagem aos auge dos cinemas ao ar livre como espaço social e afetivo dentro das instalações do remanescente de uma espécie, o cinema Drive-In de Brasília ; localizado dentro do autodrómo Nelson Piquet. O último do Brasil. É o ano em que o cinema completa 40 de funcionamento. A produção da ficção O último Cine Drive-In, filme de Iberê Carvalho, é realizado (sem atrapalhar as sessões diárias) nas dependências do lugar. Na primeira experiência como diretor de um longa-metragem, Carvalho dirige os atores veteranos Othon Bastos (Almeida) e Rita Assemany (Fátima) e o iniciante Breno Nina (Marlombrando) em um drama sobre uma família repartida, reunida em torno do cinema sem poltronas.
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