O cineasta português Joaquim Pinto vive, há vinte anos, com o vírus da Aids e uma Hepatite C. Ele se lembra das primeiras notícias dando conta do surgimento de um vírus, no começo dos anos 80, para o qual não havia cura, que começou a se manifestar inclusive entre seus amigos homossexuais.
Pouco a pouco, enquanto surgiam tratamentos com remédios fortes ainda em fase de experimentação, provocadores de reações e efeitos colaterais violentos, como perda da memória, dores, fraqueza, perda da libido, Joaquim Pinto foi se transformando num sobrevivente.
[SAIBAMAIS]E como ele mesmo conta, Joaquim sente-se um privilegiado por ser um cineasta capaz de contar esse longo trajeto de sua doença e um homem de sorte por não ter morrido. Com a descoberta de novos medicamentos vem se recuperando e pôde finalizar seu depoimento, agora mostrado na competição internacional de Locarno, com o título E Agora? Lembra-me, bem acolhido pela crítica.
Joaquim Pinto vive num vilarejo português com seu companheiro Nuno Leonel, editor, no meio de árvores, plantas, flores e quatro grandes cachorros. O filme não é um simples depoimento de alguém diante da doença mas um relato inteligente, envolto num clima de poesia e realismo diante da fragilidade da vida e proximidade da morte.