Diversão e Arte

Com o vírus da Aids há 20 anos, cineasta fala sobre a doença em filme

Joaquim Pinto diz que se sente privilegiado de ser capaz de contar sua trajetória no filme "E agora? Lembra-me" que está competindo no Festival de Locarno

Rui Martins - Especial para o Correio
postado em 09/08/2013 11:11

Joaquim Pinto diz que se sente privilegiado de ser capaz de contar sua trajetória no filme

O cineasta português Joaquim Pinto vive, há vinte anos, com o vírus da Aids e uma Hepatite C. Ele se lembra das primeiras notícias dando conta do surgimento de um vírus, no começo dos anos 80, para o qual não havia cura, que começou a se manifestar inclusive entre seus amigos homossexuais.

Pouco a pouco, enquanto surgiam tratamentos com remédios fortes ainda em fase de experimentação, provocadores de reações e efeitos colaterais violentos, como perda da memória, dores, fraqueza, perda da libido, Joaquim Pinto foi se transformando num sobrevivente.



[SAIBAMAIS]E como ele mesmo conta, Joaquim sente-se um privilegiado por ser um cineasta capaz de contar esse longo trajeto de sua doença e um homem de sorte por não ter morrido. Com a descoberta de novos medicamentos vem se recuperando e pôde finalizar seu depoimento, agora mostrado na competição internacional de Locarno, com o título E Agora? Lembra-me, bem acolhido pela crítica.


Joaquim Pinto diz que se sente privilegiado de ser capaz de contar sua trajetória no filme


Joaquim Pinto vive num vilarejo português com seu companheiro Nuno Leonel, editor, no meio de árvores, plantas, flores e quatro grandes cachorros. O filme não é um simples depoimento de alguém diante da doença mas um relato inteligente, envolto num clima de poesia e realismo diante da fragilidade da vida e proximidade da morte.

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