Diversão e Arte

Atração do I Love Jazz, cantora Niki Haris fala ao Correio sobre nova fase

A artista participou do I Love Jazz, que tomou conta do Parque da Cidade durante o fim de semana. Cantora falou ainda da relação com ex-patroa Madonna

postado em 10/08/2013 17:04
A artista participou do I Love Jazz, que tomou conta do Parque da Cidade durante o fim de semana. Cantora falou ainda da relação com ex-patroa Madonna

Na última década, a norte-americana Niki Haris se dedicou ao jazz. Gravou discos elogiados e passou a ser convocada para festivais especializados ao redor do mundo. A cantora subiu no palco do I Love Jazz, que tomou conta do Parque da Cidade durante o fim de semana, e mostrou os motivos que a tornaram uma revelação do gênero.

Nem sempre foi assim. Por quase duas décadas, Niki trabalhou com a popstar Madonna. "A mais famosa backing vocal da música", como atestavam as publicações da época. Como cantora de apoio da Rainha do Pop, Niki rodou o mundo e participou ativamente de três grandes turnês de Madonna. Ganhou fama, dinheiro e fãs. Até hoje, alguns mais afoitos a perseguem pela longa temporada devotada ao pop.

Em 2004, depois de ser substituída para uma nova turnê, Niki rompeu com Madonna. "Nossos focos mudaram. Hoje, tenho mais liberdade e faço minhas próprias escolhas", disse ao Correio. Aos poucos, apropriou-se do legado do pai (músico premiado) e enveredou pelo jazz. Durante a conversa, Niki falou sobre as apresentações no Brasil, comentou a nova fase e alfinetou a ex-patroa, Madonna.

>> Entrevista // Niki Haris

Como foi a apresentação em Belo Horizonte?

A multidão estava linda. Levantaram, chamaram-nos de volta. As pessoas responderam muito bem. Estava com medo que se não fosse samba ou bossa nova, os brasileiros poderiam não gostar (risos). Mas, cantaram juntos e fizeram uma noite linda comigo.

Seu pai foi um celebrado pianista. Qual influência dele em sua música?

A possibilidade do jazz. De poder viver a partir dele. Meu pai nunca foi influenciado por esse prisma da celebridade. Vejo tantas pessoas lutando pela fama, mas esquecendo de dominar a arte. E é esse o maior aprendizado que meu pai me deixou. De não esquecer a arte. De sempre aprender algo novo.

O auge da sua visibilidade se deu ao lado de Madonna. Por que deixar os holofotes?
Eu passei meus 20, 30, até os 42 anos, ao lado da Madonna. O que fazia aos 22 anos é bem diferente do se faz aos 42. Tenho 51 anos e estou fazendo escolhas diferentes. Não vou mentir, sinto falta do chef de cozinha particular, do avião particular. Sinto falta de poder passar direto pela alfândega, nos aeroportos, já que com ela não era preciso. Mas, são todas coisas do ego. E sou experiente o suficiente para saber que não são as coisas mais importantes. Pelo menos, para mim. Meu foco é minha filha. O sorriso da minha filha, saber que ela está segura, são mais relevantes nesse momento. Cantar quando quero, por exemplo. Sinto falta do corpo que eu tinha (risos). Mas, também adoro a sensação de não ter a vida guiada pela aparência do corpo. Na indústria pop, você acaba dedicando a carreira a essa preocupação. Não quero moldar minha filha sob esses preceitos.

Você parece transitar entre os gêneros com facilidade;
Tudo pode acontecer. Adoro fazer música motivacional, pop, jazz. Estou ensinando meditação para os soldados que estão retornando do Afeganistão. Ainda faço musica dançante. O jazz me leva por todo o mundo. Seja o que for, se me anima, faço feliz. Por exemplo, saio daqui do Brasil e vou para Michigan (EUA) participar da montagem musical de Shrek. . Arte é como uma boa refeição. Espero provar o maior número possível de sabores. Então, vou lá exercitar outra faceta da minha voz.

Algum projeto novo?
Depois de alguns títulos de jazz, vou enveredar pelo soul funk no ano que vem e devo dedicar um álbum inteiro ao gênero, que também adoro.

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