Diversão e Arte

Idealizador do Cena Contemporânea traça diagnóstico do cenário brasiliense

A capital permanece como palco principal do teatro mundial. Com 18 anos de estrada, o festival se transformou em referência do calendário nacional

postado em 28/08/2013 07:59
Nossa preocupação inicial sempre foi fomentar o mercado local, prestigiar Brasília%u201D, conta o idealizador e curador do festival
Na última semana, passaram por Brasília a atriz Drica Moares, o renomado diretor espanhol Roger Bernat, o elogiado Enrique Diaz, atores anônimos, artistas consagrados. Alguns acabaram de desembarcar e comovem o público, como a peça A mulher que matou os peixes, que traz uma adaptação inusitada de Clarice Lispector, em cartaz hoje. Muitos ainda nem chegaram. Camila Pitanga, Marcelo Braga, companhias cênicas da Espanha, Uruguai, entre eles.

Até o próximo domingo, a capital permanece como palco principal do teatro mundial. Com 18 anos de estrada, o Cena Contemporânea se transformou numa referência do calendário de artes cênicas do país. ;Nossa preocupação inicial sempre foi fomentar o mercado local, prestigiar Brasília;, conta o idealizador e curador do festival, Guilherme Reis.



Em entrevista ao Correio, o também ator e diretor revelou os avanços e os desgastes observados nas últimas décadas. O diagnóstico traz um quadro enfermo. Em alguns casos, como das cidades do Distrito Federal que circundam Brasília, a situação beira o estado terminal: ;Nesses locais, praticamente inexistem espaços. A opção é ir para o boteco, ligar a televisão e enlouquecer;.

Confira a entrevista

Quais critérios são considerados para a escolha da programação?
Não é só o meu desejo, como curador, que vigora. Passa pelo lado econômico, pelas oportunidades, pelo tamanho. Sempre buscamos uma programação equilibrada, com diversidade ; este ano trouxemos atrações dos cinco continentes ;, e que tenha esse ;acento;. Ou seja, uma provocação para nós que fazemos teatro, mas que também sirva para o deleite público. Então, temos desde peças tradicionais até projetos mais ousados que subvertem essa ideia do teatro ;palco e plateia;. Tento equilibrar poesia, inventividade, olhar político. E que, juntos, possam impulsionar a profissionalização do teatro em Brasília e ampliar a visão do espectador.

A cena local então está estagnada?
Há sempre um avanço. Temos mais gente trabalhando, mesmo que em prol de um trabalho que não seja ; na minha visão ; tão artístico ou cultural, como o stand-up e a comédia. Mas, sem a participação do empresariado local, de políticas públicas, de uma visão cidadã da mídia, fica difícil. E aí temo pela criação de uma sociedade violenta, consumista e ligada a valores exógenos.

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