Agência France-Presse
postado em 30/08/2013 15:09
Veneza - Nicolas Cage, aliás "Joe", atraiu todas as atenções no longa-metragem do diretor americano David Gordon Green, exibido nesta sexta-feira no Festival de Cinema de Veneza, no papel de um vilão messiânico barbudo em busca de redenção. O filme, baseado no romance homônimo do americano Larry Brown, compete pelo Leão de Ouro que será entregue em 7 de setembro.
Neste filme muito sombrio que carrega todo o peso de uma sociedade povoada por personagens violentos, em busca permanente da sobrevivência, evoluindo em meio a uma cenário em ruínas, rural e miserável, Nicolas Cage interpreta um ex-presidiário que tenta se redimir por amor e transmitir esperança de uma vida melhor para um adolescente corajoso, abusado pelo pai alcoólatra, maltratado pela vida.
O filme apresenta uma América desfavorecida que raramente vimos no cinema. Aliás, o diretor usou um sem-teto, Gary Poulter, ator não profissional, para interpretar o pai alcoólatra do adolescente que Joe irá ajudar (Tye Sheridan, visto em "A Árvore da Vida" de Terrence Malick). Gary Poulter preenche a tela. Ele morreu tragicamente em 2013, antes do lançamento do filme.
Em declarações à imprensa, o diretor garante que "esta bela pessoa contribuiu para o sucesso das filmagens e trouxe algo que não se encontra em qualquer pessoa, dando ao filme sua pitada de humanidade". "Joe" conta a história de Joe Ransom, um senhor de cinquenta anos que tenta esquecer seu passado levando uma vida tranquila em uma pequena cidade do Texas. Durante o dia ele trabalha para uma empresa madeireira, e a noite ele bebe. Um dia ele conhece Gary (Tye Sheridan), de 15 anos, desesperadamente à procura de trabalho para sustentar sua família, com sua mãe apática, seu pai alcoólatra e criminoso que o espanca, e sua irmã mais nova, que parou de falar.
Deste encontro nasce uma forte ligação afetiva, que Joe aproveita para resgatar o seu passado, tornando-se protetor e mentor do jovem. Com sua barba grisalha, braços tatuados, barriguinha e olhos francos, Nicolas Cage interpreta um Joe Ransom perturbador cheio de autenticidade, assim como seu jovem ajudante Tye Sheridan.
Cabeça quente e fã de armas, sempre em desacordo com a justiça, com o seu pit bull, ele encarna o arquétipo da masculinidade bruta. "Procurava um ator que pudesse dar autenticidade ao personagem. Depreende-se de Nick (Cage) uma força e vulnerabilidade, um carisma", acrescentou o diretor. "Daria três saltos mortais, pelado, por ele. Havia um espírito fraterno entre nós, não só pelo seu modo de dirigir, como seu olho para escolher o elenco", respondeu o ator de "Despedida em Las Vegas", barbeado para o Festival.
O ator acrescentou que recebeu o romance de Larry Brown como "uma revelação". "Este é um caminho para a redenção, para a salvação, eu amei o personagem de Joe", disse referindo-se a uma "conexão intuitiva imediata com Tye Sheridan, que não precisa ser, necessariamente, uma relação sanguínea".
David Gordon Green consegue dar a personagens ordinários uma dimensão mítica e universal. A câmera filma com uma infinita precisão e, muitas vezes, à noite, a sua intimidade nua e crua em uma paisagem rural, com casas em ruínas e uma ferrovia. Outro filme em competição apresentado nesta sexta-feira: "Die Frau des Polizisten" (A esposa do policial), longa-metragem de três horas do diretor alemão Philip Gr;ning, não foi tão bem recebido, com vários espectadores saindo antes do final. Gr;ning filmou em uma sucessão interminável de capítulos "a história simples" de uma família - pai, mãe, filho - e sua lenta destruição.
A história é contada na forma de um documentário e trata a complexidade da violência doméstica que pode surgir entre um casal.
Neste filme muito sombrio que carrega todo o peso de uma sociedade povoada por personagens violentos, em busca permanente da sobrevivência, evoluindo em meio a uma cenário em ruínas, rural e miserável, Nicolas Cage interpreta um ex-presidiário que tenta se redimir por amor e transmitir esperança de uma vida melhor para um adolescente corajoso, abusado pelo pai alcoólatra, maltratado pela vida.
O filme apresenta uma América desfavorecida que raramente vimos no cinema. Aliás, o diretor usou um sem-teto, Gary Poulter, ator não profissional, para interpretar o pai alcoólatra do adolescente que Joe irá ajudar (Tye Sheridan, visto em "A Árvore da Vida" de Terrence Malick). Gary Poulter preenche a tela. Ele morreu tragicamente em 2013, antes do lançamento do filme.
Em declarações à imprensa, o diretor garante que "esta bela pessoa contribuiu para o sucesso das filmagens e trouxe algo que não se encontra em qualquer pessoa, dando ao filme sua pitada de humanidade". "Joe" conta a história de Joe Ransom, um senhor de cinquenta anos que tenta esquecer seu passado levando uma vida tranquila em uma pequena cidade do Texas. Durante o dia ele trabalha para uma empresa madeireira, e a noite ele bebe. Um dia ele conhece Gary (Tye Sheridan), de 15 anos, desesperadamente à procura de trabalho para sustentar sua família, com sua mãe apática, seu pai alcoólatra e criminoso que o espanca, e sua irmã mais nova, que parou de falar.
Deste encontro nasce uma forte ligação afetiva, que Joe aproveita para resgatar o seu passado, tornando-se protetor e mentor do jovem. Com sua barba grisalha, braços tatuados, barriguinha e olhos francos, Nicolas Cage interpreta um Joe Ransom perturbador cheio de autenticidade, assim como seu jovem ajudante Tye Sheridan.
Cabeça quente e fã de armas, sempre em desacordo com a justiça, com o seu pit bull, ele encarna o arquétipo da masculinidade bruta. "Procurava um ator que pudesse dar autenticidade ao personagem. Depreende-se de Nick (Cage) uma força e vulnerabilidade, um carisma", acrescentou o diretor. "Daria três saltos mortais, pelado, por ele. Havia um espírito fraterno entre nós, não só pelo seu modo de dirigir, como seu olho para escolher o elenco", respondeu o ator de "Despedida em Las Vegas", barbeado para o Festival.
O ator acrescentou que recebeu o romance de Larry Brown como "uma revelação". "Este é um caminho para a redenção, para a salvação, eu amei o personagem de Joe", disse referindo-se a uma "conexão intuitiva imediata com Tye Sheridan, que não precisa ser, necessariamente, uma relação sanguínea".
David Gordon Green consegue dar a personagens ordinários uma dimensão mítica e universal. A câmera filma com uma infinita precisão e, muitas vezes, à noite, a sua intimidade nua e crua em uma paisagem rural, com casas em ruínas e uma ferrovia. Outro filme em competição apresentado nesta sexta-feira: "Die Frau des Polizisten" (A esposa do policial), longa-metragem de três horas do diretor alemão Philip Gr;ning, não foi tão bem recebido, com vários espectadores saindo antes do final. Gr;ning filmou em uma sucessão interminável de capítulos "a história simples" de uma família - pai, mãe, filho - e sua lenta destruição.
A história é contada na forma de um documentário e trata a complexidade da violência doméstica que pode surgir entre um casal.