Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Porão do Rock celebra grandes nomes da cena independente

A 16ª edição do festival traz atrações como Dead Fish, Matanza e Leela



Um pouco antes das 20h20, o Dead Fish subiu ao palco no estacionamento do estádio Mané Garricha. Para muitos, ali começou o festival. Com um público bem mais expressivo, a banda capixaba que está há 23 anos na estrada, presenteou os fãs com vários hinos do seu empolgante hardcore, como Proprietários do terceiro mundo, Zero e um, Sonho médio e Afasia. Apresentação de tirar o fôlego, literalmente.



O vocalista Rodrigo Lima, que pela terceira vez se apresenta no Porão do Rock, explica como é se apresentar na cidade. ;O público de Brasília possui uma pegada diferente, uma outra reação. O público possui uma herança roqueira muito forte. Então, os pais, primos e tios transmitem isso para a molecada e o resultado pode ser visto nos shows, com gente dançando da primeira até a última música;, relata.

O grupo argentino Banda de La Muerte, mesmo desconhecida do público, apresentou doses generosas de stoner rock com nítida influência punk. Enquanto rolava o show da banda argentina, os pernambucanos do Devotos, ícones do punk nacional, se apresentavam no palco oposto.
Primeiras atrações



A 16; edição do festival Porão do Rock começou sem atrasos. Ainda com um público pequeno, as bandas locais Penteando Macaco (Entorno do DF) e Dualid (DF) provaram o porquê de estarem no evento após passarem pelas seletivas do evento, com shows competentes e boa presença de palco.

Os goianos do The Galo Power apresentaram um repertório repleto de influências do rock setentista, flertando com Deep Purple, Cream e Creedence Clearwater Revival. A banda merece tocar em um horário mais avançado nas próximas edições. Infelizmente boa parte do público migrou para o outro palco, onde os brasilienses do Cadibóde surpreenderam a plateia com um ótimo show, enérgico, inspirado em bandas de hardcore como D.F.C. e Dead Fish, representaram muito bem o estilo.



Mostrando o quão diverso é o Porão do Rock, enquanto os cariocas da banda Kita, apresentava um som climático porém pesado, com um rock carregado de boas influências eletrônicas, no palco o oposto o Fall os Silence descarregou seu metal extremo para a alegria dos camisas pretas.

O estudante Caio de Aguiar, de 16 anos, aprovou o início do evento. "O que mais me chamou a atenção foi o Dead Fish", contou. Já a estudante de serviço social Leilane Rodrigues admitiu que o principal motivo que a fez sair de casa na noite desta sexta-feira foi uma banda já tradicional no cenário nacional. "Vim principalmente para ver o Capital Inicial", disse, enquanto assistia a apresentação da banda Nem Liminha Ouviu, de São Paulo.

O pedagogo Luciano Adjunto aproveitou o evento para levar o filho, André, de 13 anos, que também é fã do gênero. "Gostei muito do show do Devotos, uma banda de Pernambuco. Meu filho quer ver o Capital Inicial, mas eu gosto mesmo é de rock alternativo", falou.

O vocalista da principal banda do dia, Dinho Ouro Preto, se mostrou animado com a noite. "É a primeira vez que participamos do Porão. Durante esses 16 anos, tivemos muitos desencontros, mas finalmente conseguimos marcar presença. Ao lado do Abril Pro Rock (realizado em Recife), considero o Porão um dos festivais mais importantes do país. Aqui as bandas de indie rock têm espaço", disse, acrescentando a importância do ar "alternativo" mantido pelo evento. "Aqui tem essa coisa de rua, mais aberto, embora seja algo muito bem organizado. É muito bacana", contou.

O Capital Inicial está em turnê pelo país com o álbum "Saturno", lançado no ano passado. "Tocamos cinco músicas novas, mas aqui em Brasília não pode faltar canções do Aborto Elétrico como Veraneio Vascaína, Fátima, Música Urbana e, é claro, Que País É Este?", completou.

A banda subiu ao palco pontualmente, às 00h. Capital Inicial deve seguir turnê com esse disco até meados de 2014. A expectativa da produção do evento para o primeiro dia é de 18 a 20 mil pessoas presentes.

Com informações de Irlam Rocha Lima