Diversão e Arte

Betse de Paula volta a mostrar trabalho no festival de cinema de Brasília

A diretora está escalada para abrir o 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro com Vendo ou alugo

Ricardo Daehn
postado em 03/09/2013 08:31
Betse foi premiada no Festival de Gramado pelo documentário Revelando SebastiãoO momento é dos melhores e está expresso em cada frase; na gargalhada engatilhada que acompanha muitas das sentenças e na capacidade múltipla de a diretora carioca Betse de Paula rir de si, quando convidada a analisar sua própria trajetória. Aos 51 anos, por exemplo, ela dispensa o posto de coruja, ao avaliar a atuação da filha Bia Morgana, atriz de Vendo ou alugo, comédia recém-chegada aos cinemas. Seria Bia a melhor atriz do filme? ;Claro que não! Com Marieta (Severo) e Nathália (Thimberg) no elenco, óbvio que não dá pra ser;, ri. Difícil, aliás, descambar para a sisudez, diante da árvore genealógica de Betse, cheia de ramificações cômicas. ;Seu tio (Chico Anísio) tá aparecendo na televisão, toda semana; A gente sempre assistia e ele era muito engraçado, né? Minha família toda, aliás, é muito engraçada, ainda que nem todos usem isso profissionalmente;, diverte-se a filha do cineasta Zelito Viana (produtor dos filmes de Glauber Rocha) e irmã de Marcos Palmeira.



Dos relatos da chacota sistemática, em família, Betse de Paula parte para o lado sério, no plano profissional. Qual seria seu lugar? ;Não sei. Tô chegando a ele, agora;, avalia. A cadência acata a análise de Betse em torno do atual momento do cinema brasileiro. ;Na minha cabeça, ouço: ;um passinho a frente, faz favor;, a cada vitória da produção nacional. Tamos num momento de maior coragem: temos mais filmes. A época é a de ocupar outras telas, como a dos espaços das tevês a cabo, por exemplo. Estamos acreditando bastante. O público está se reconhecendo cada vez mais no cinema brasileiro;, opina. Painel bem diferente daquele montado na juventude, quando aconselhada a deixar os sonhos de infância. ;Claro que fui desencorajada, mas a gente não ouve. Ninguém vai desejar, de coração, isso de ser cineasta, né?;, brinca.

Desfeito o cenário feio ; de escombros, à época Collor, na qual ela conviveu ;, Betse ainda tem boa parte das 170 cópias de Vendo ou alugo nas telas. ;Vejo esse filme como uma ópera, quando ao lado do documentário Revelando Sebastião Salgado, que é ;um banquinho e violão;, bem singelo;, compara, ao tratar da fita que, além de vencedora do prêmio especial do júri no 41; Festival de Cinema de Gramado, está escalada para abrir o(em 17 de setembro).

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