Diversão e Arte

Libanês Ibrahim Maalouf incendeia público da Mostra de Música de Olinda

Cantor se apresentou no festival Mimo, em Olinda

Enviada Especial
postado em 07/09/2013 17:04

Cantor se apresentou no festival Mimo, em Olinda

Uma das atrações mais aguardadas do festival Mimo (Mostra de Música de Olinda), o libanês Ibrahim Maalouf, incendiou o público da Praça do Carmo, com um som contemporâneo, que misturou o jazz com o rap, funk, soul e a música árabe. Com o Correio, Maalouf falou sobre o trompete especial que toca (com 4 válvulas ao invés de 3) e como ingressou na música, entre outros assuntos.

Você toca um trompete diferente dos outros: são 4 válvulas ao invés de três. Como o instrumento surgiu?

O instrumento foi inventado pelo meu pai no início da década de 1960, quando ele chegou em Paris (França). Ele queria tocar música árabe no trompete, porém ao chegar em Paris viu que seria quase impossível. Aí ele acrescentou a quarta válvula que, quando pressionada, abaixa o tom da nota e cria um microtom, muito comum na música árabe e na música indiana. Aprendi a tocar esse instrumento ainda criança. Outras pessoas o ajudaram a construir esse trompete.

Seu pai, Nassim Maalouf, era músico...

Ele foi o primeiro trompetista árabe a tocar música clássica. No Líbano, ele já tocava trompete. Quando chegou na França, foi aluno de Maurice André e acompanhou uma cantora libanesa muito famosa chamada Fairuz. Quando era jovem, não gostava muito dela. Agora, adoro.

Como você começa a tocar?


Meu pai inventou o trompete com quatro válvulas e me ensinou a tocá-lo. Comecei com música clássica, barroca e a tradicional árabe. Nasci em Beirute (Líbano), mas morei lá só quando criança. Quando fui para Paris, passei a ouvir todo tipo de música, artistas que ouço até hoje. Quando cresci um pouco, descobri músicas mais leves e isso mudou minha vida. Percebi que podemos nos divertir com a música.



Quais são suas influências musicais?


Soul, hip hop, eletro. A base da minha música continua sendo a música tradicional, porém escuto esses gêneros hoje. Toquei o bastante de música clássica. Atualmente, troco experiências com artistas turcos e africanos, em Paris ou em qualquer outro lugar do mundo.

O que você escuta de música brasileira?

Esta é a minha primeira vez na América do Sul. A cultura brasileira não é muito bem conhecida na França, por incrível que pareça. Ouvimos Tom Jobim, Milton Nascimento, mas não conhecemos realmente a cultura daqui. Sabemos muito mais sobre o futebol brasileiro. Não tive tempo de me aprofundar na música brasileira, mas provavelmente um dia farei isso.

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