Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Festival de Cultura Inclusiva tem peça de teatro com atores deficientes

O festival vai até 22 de setembro no Centro Cultural Banco do Brasil





De acordo com Lurdinha, entre os alunos e professores das oficinas atuam deficientes e não deficientes. ;A nossa proposta é estabelecer uma relação entre pessoas com e sem deficiência. As aulas de escultura em argila foram ministradas por um escultor cego, o Flávio Luís. A professora de cerâmica foi a Marta Guedes, que é deficiente visual. A peça de teatro foi construída em conjunto com a diretora Mônica Gaspar, a partir das vivências dos participantes;, explicou.

Alguns objetos da exposição também têm relação com as vivências de seus idealizadores. É o caso do alfabeto braile em cerâmica. O espaço tem ainda toda a acessibilidade necessária, como áudio descritor das peças expostas e intérprete da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). A proposta do festival impressionou visitantes como o servidor público Anderson Araújo Couto, de 30 anos.

;Eu percebi que eles [deficientes visuais] retratam bastante as mãos. Talvez porque as usam para sentir, visualizar. É curioso ver também trabalhos do pessoal com hanseníase, que tem a visão mas não a sensibilidade nas mãos. É justamente o oposto dos deficientes visuais. É um outro olhar. Não é um artista que tem a habilidade da técnica. Eles têm a habilidade do coração;, disse.

Após a temporada no Centro Cultural Banco do Brasil, o 1; Festival de Cultura Inclusiva segue para o espaço Cia. Lábios da Lua, no Gama, cidade a 30 quilômetros de Brasília. De acordo com Lurdinha Danezy, depois disso a ideia é buscar apoio para levar o evento a outras cidades.