Diversão e Arte

Em entrevista, Jards Macalé fala sobre a nova geração da música brasileira

Lançado há 40 anos, Jards Macalé hipnotiza o público com as canções Farinha do desprezo, Mal secreto e Farrapo humano

postado em 16/09/2013 08:28

Aos 70 anos, Jards Macalé mantém o humor, a disposição e a ironia de quatro décadas atrás, quando lançou o primeiro LP. Ironicamente, aquele disco de estreia, que passou despercebido entre Clube da Esquina, Acabou chorare, Expresso 2222 e Transa, hoje, é um dos álbuns mais comentados e revisitados da música brasileira. A começar pelo próprio Jards. Ao lado da jovem banda Let;s Play That, ele hipnotiza o público ; também jovem ; com músicas como Farinha do desprezo, Mal secreto e Farrapo humano. Durante Mimo ; Festival de Música Instrumental de Olinda, o cantor carioca falou ao Correio sobre a nova geração da música brasileira, a política e o passado. Quando indagado se, atualmente, artistas correm o risco de serem presos por atitudes ;subversivas;, como ele foi em 1978, durante uma turnê em Vitória, Jards é direto: ;Neste momento, você só é preso se estiver mascarado na passeata;.

ponto a ponto/Jards Macalé

JUVENTUDE
Os músicos da banda que me acompanha têm entre 22 e 32 anos. E ainda rolou a homenagem com o álbum virtual E volto pra curtir. É um reconhecimento muito bacana, já que na época, ele foi rejeitado. Alguém encontrou meu disco de 1972 (Jards Macalé, o LP de estreia) e o público jovem veio até mim. Com a descoberta dessa rapaziada, redescobri o álbum também. Ouvi o trabalho novamente e senti que realmente é um disco bacana, sincero, que abre para a improvisação. Antes tarde do que nunca!

O LP DE 1972
Não tenho problema em revisitar minhas músicas. Cada vez é diferente. Os arranjos se transformam em outros o tempo todo. A música é como se fosse uma pedra preciosa. Ela nasce bruta e, com o decorrer dos anos, você vai lapidando; É algo que nunca se fecha. Sempre tem um acorde novo, uma interpretação nova.

MÚSICA BRASILEIRA

Parte da música brasileira está careta. Outra parte não está. O fato é o seguinte: tudo está em ebulição por baixo. As coisas que estão aparecendo por cima, na tevê, nas rádios e nos jornais, foram construídas com o velho vício. Tem muita gente fazendo um som interessante. Conheço vários jovens compositores que não estão na mídia. Mas eles me levaram a conhecê-los.

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