Nahima Maciel
postado em 29/09/2013 08:10
Leila Rosa é uma adolescente muito sagaz e atenta. Tem uma irmã imaginária, escreve diariamente (ou quase) um ;devezenquandário; e adora o ;computadores;, embora esteja cansada de contar à máquina apenas as dores. ;Querido computa-as-dores, por acaso você serve também para computar as alegrias?;, costuma perguntar. A garota tem dois irmãos e é categórica: ;Não conheço nenhuma família harmoniosa que tenha meninos. Onde há meninos está o inferno;. Claro, a adolescente briga bastante com os irmãos e tem tiradas tão hilárias é que difícil largar Devezenquandário de Leila Rosa Cangaçu, novela juvenil de Lourenço Cazarré, publicada originalmente em 2003 e, agora, reeditada com ajustes e atualizações.
O livro nasceu da reunião de crônicas publicadas no Correio Braziliense entre 1994 e 1995. Cazarré tomava notícias de jornal, fatos do cotidiano e situações domésticas como material para escrever as crônicas, gênero tipicamente brasileiro que ganhou força no século 20, graças a nomes como Rubem Braga e Luiz Fernando Veríssimo. Cazarré lembra, em texto no fim do livro, que sua fórmula é a mesma de Lavoisier: ;Na natureza, nada se cria e nada se perde; tudo se transforma.; Assim, as crônicas dos anos 1990 viraram o livro de Leila Rosa.
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