;Se for preciso, ele me ajuda com a passagem de ônibus para que eu não falte ao ensaios;, comenta o jovem Guilherme Rodrigues, de 17 anos, ao falar sobre o professor Augusto Pacheco, responsável pelo projeto Vocalize, do qual faz parte. O grupo vocal reúne cerca de 50 adolescentes do Centro de Ensino Médio Asa Branca (Cemab), de Taguatinga, uma das 656 escolas públicas do Distrito Federal. Eles acabam de gravar o primeiro disco e se apresentam, cada vez mais, pelos espaços da capital.
Dois elementos parecem ser recorrentes na vida dos jovens integrantes do Vocalize: a música e o árduo cotidiano. Guilherme sabe bem disso. Além das dificuldades com o transporte, a mãe está planejando uma mudança para Valparaíso(GO), o que pode provocar a saída do grupo: ;Meu principal motivo para ficar em Taguatinga é o Vocalize. A música me faz uma outra pessoa. Sempre fui muito fechado, sem amigos. Agora, a história é outra;, revela Guilherme que, desde que passou a integrar a trupe, pensa em seguir carreira na área.
Testemunho parecido com o de Lucas Camargo, de 19 anos, que lista os benefícios promovidos pela participação no Vocalize: ;Minha autoestima deu um salto. Funciona como uma grande terapia;. Nem sempre foi assim, no entanto. ;No início, diziam que não daria em nada. Que era uma grande perda de tempo. Muitos pais não apoiavam;, lastimou. O próprio professor Augusto lembra que as provações foram constantes: ;Nem todos abraçaram o projeto. Tive que insistir e, ainda hoje, enfrento resistência;, comentou.
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