Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Artistas, escritores e jurista opinam sobre biografias não autorizadas

"Argumentos do Procure Saber são ilegítimos", diz Márlon Reis



Cauby Peixoto, Claudette Soares e Dolores Duran. Os três cantores tiveram as trajetórias esmiuçadas em livros de Rodrigo Faour. Para o autor, submeter o texto previamente ao artista ou a familiares se assemelha à época da ditadura militar, quando letras de músicas dependiam de aprovação. Sobre o repasse de parte dos lucros para os artistas, que o Procure Saber também propõe, Faour é enfático: ;As pessoas não sabem quanto se vende de livro no Brasil. Se vissem, ficariam estarrecidas. É muito pouco.;

Ney Matogrosso já havia até se esquecido de alguns fatos passados em sua juventude quando leu uma obra sobre ele. Mesmo assim, optou por não fazer nenhuma objeção à publicação. ;Acredito que o temor das pessoas que se posicionam a favor da manutenção da lei tem a ver, por exemplo, com as loucuras que são publicadas na internet. Esse tipo de coisa é que assusta;, opina o artista. ;Não vejo o posicionamento do Procure Saber como algo ligado a dinheiro.; Já Raimundo Fagner se mostra contrário às ações do grupo. ;Acho que a liberdade de criação deve ser respeitada. Se aparecer algo calunioso, o biografado pode abrir processo;, sugere.