Ele pediu para morrer em casa. Acreditava que os 30 anos de tai chi chuan tinham o preparado para aquele momento. Seria capaz de suportar a dor vinda do fígado transplantado. Até morrer, Lou Reed preferiu uma postura autônoma. Libertária. Além dos 55 anos dedicados à música, o rebelde americano, ex-líder do Velvet Underground, será lembrado pela constante atitude de vanguarda, pautada por temas incomuns e por uma expressiva verve poética.
;Música? Antes de falarmos de música, temos de falar do ícone. Da forma como se portava. Das palavras ditas. Da alma livre;, afirma o roqueiro Serguei, que completou 50 anos em atividade em 2013. ;Lou Reed ensinou a toda uma geração como pensar. Questionava tudo. Pena que muito já se perdeu;, completou.
[SAIBAMAIS]Conhecido pelas andanças nos Estados Unidos, Seguei chegou a esbarrar com o guitarrista, em Nova York: ;Foi ali pelo West Village. Um bar qualquer. Olho para o lado e vejo Lou Reed com Andy Warhol. Que presença;, comentou Seguei, ao se lembrar do episódio de 1969. Warhol era uma companhia recorrente de Reed. Foi o consagrado pintor e ícone do pop art, inclusive, quem patrocinou o primeiro disco do Velvet, lançado em 1967.
Literário
;As letras de Reed, desde aquele primeiro trabalho, causaram um profundo e gradual impacto no panorama do rock mundial;, atestou o escritor Ben Ratliff, em artigo do New York Times. Embora seja considerado um clássico do gênero, o disco Velvet Underground & Nico vendeu apenas 30 mil cópias, nos primeiros cinco anos. Nem por isso, menos relevante. Como o produtor e músico britânico Brain Eno sacralizou, ;o álbum pode ter vendido 30 mil cópias, mas cada um dos compradores montou uma banda;. A influência musical não seria única herança.
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