Apesar de ser um filme que demorou 17 anos para ficar pronto, você acredita que, por ser um momento em que a temática gay está tão em pauta, foi a melhor época para a estreia?
Sim, sem dúvida o momento para o lançamento do filme não poderia ser melhor, tanto aqui no Brasil como no resto do mundo. O Flores Raras estreia dia 8 de novembro no Cinema Paris, uma das melhores e mais prestigiadas salas de cinema dos Estados Unidos. O complexo de cinemas de arte Angélicas, no Soho bairro sofisticado de Nova York também vai exibir o filme a partir desse dia
Por que quando o filme foi lhe oferecido pela primeira vez não se interessou? Tinha alguma coisa a ver com o tema?
Talvez porque estivesse muito ocupado com outros projetos e, também por pensar que uma história de amor entre duas mulheres não despertasse o interesse de um público significativo. Mas, quando eu descobri quem eram essas mulheres, acabei infectado com a história.
Por que a escolha do título foi por Flores Raras?
Eu sempre quis que o título fosse A Arte de Perder, por que o filme conta uma história de amor para falar da perda, esse sentimento tão vertical e universal. Mas fui voto vencido pelos produtores, distribuidores e muitos amigos. Então, não quis insistir. Gosto do título Flores Raras, mas o acho um pouco suave demais para a história e o tom no qual ela é contada.
Até o momento, o filme foi assistido por 300 mil pessoas. Você aponta algum motivo para o baixo público quando comparado a outros filmes nacionais que estrearam neste ano?
Existem filmes, e filmes. 300 mil espectadores até que não é mal para um filme como o Flores Raras. Há filmes que se esperava pelo menos 4 vezes mais e não vão fazer nem a metade disso. Na minha opinião o Flores sofreu um pouco de preconceito por parte de alguns exibidores, que o enquadraram como um filme de elite, o que ele na verdade não é. O meu grande desafio foi contar essa historia com toda a sua complexidade e poesia da maneira mais acessível e emocionante possível. Tenho certeza que consegui,pela reação do público. Nunca fiz um filme o Flores é o meu 19; que mobilizasse tanto as pessoas.
Confira o trailer do filme Flores Raras
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O cinema brasileiro nunca foi muito de colocar casais homossexuais no elenco principal. São histórias que não agradam o público ainda muito conservador ou falta de interesse da indústria cinematográfica?
O ser humano é conservador, na sua essência. A vontade de que as coisas mudem é um hábito adquirido. Por isso decidi contar essa historia de amor fora da curva, de uma forma bem clássica.
O Flores Raras traz ares de mudança para o cinema?
Eu não chegaria a tanto. Quem sabe um sopro de ar fresco?
Você espera ter um público maior com a entrada do filme no circuito americano? As indicações para o Oscar dependem dessa visibilidade?
O Reaching for the Moon, título do filme em inglês, língua na qual o filme é falado em quase sua totalidade, é mais entendido e apreciado nos Estados Unidos e na Europa. As críticas internacionais e os vários prêmios de público que o filme conquistou desde sua estréia mundial no Festival de Berlin em fevereiro último, comprovam isso.
Como foi trabalhar com Glória Pires e Miranda Otto juntas?
Fascinante e exaustivo. São atrizes completamente diferentes. A Miranda tem o método como sua principal ferramenta, já a Gloria é mais intuição, que tem uma capacidade incrível de atuar e refletir ao mesmo tempo, o que é dificílimo.
Trailer do filme Como esquecer
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Trailer do filme Cassandra Rios
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Trailer do filme Uivo da Gaita
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