Diversão e Arte

Nova geração de artistas da música popular brasileira refuta o termo MPB

Eles investem cada vez mais na mistura sonora e na produção coletiva

Igor Silveira
postado em 17/11/2013 07:05
Eles investem cada vez mais na mistura sonora e na produção coletivaO termo MPB é tão abrangente que comporta desde os hits radiofônicos do alagoano Djavan até o romantismo desbragado do goiano Odair José. Tem sido assim desde que a sigla foi cunhada, nos anos 1960, para nomear os artistas herdeiros da bossa nova que davam continuidade à tradição da música popular urbana no país. O balaio continuou receptivo ao longo das décadas, irmanando sambistas, tropicalistas, a turma do Nordeste e até roqueiros. Nos últimos anos, a MPB teve sua porta invadida por nomes que, apesar de manterem um pé na tradição, trouxeram aguardada e propícia renovação. Marcelo Jeneci, Tulipa, Criolo, Céu e companhia ganharam, de quebra, a bênção dos medalhões do gênero.

A nova MPB não lota estádios; nem tem, necessariamente, o apoio de gravadoras multinacionais ou a mídia à disposição. Mais ainda: os recém-chegados não sabem se a sigla, por ainda estar muito identificada a algo feito no passado, se aplica ao som que eles fazem. Para completar, parece que os medalhões do gênero não estão lá muito afinados entre si. Mesmo assim, não dá para negar: o que Mariana Aydar, Lucas Santtana, Maria Gadú e Otto fazem é música popular, sim. E bem brasileira.



;A modernização da MPB existe desde João Gilberto. A minha geração é a continuação desse processo;, defende o baiano Lucas Santtana, autor de discos que têm ajudado a compreender a mutação pela qual passa a música popular nos últimos anos. ;Em termos de melodia, harmonia e ritmo, tudo já foi feito.; Santtana refuta que o que faz é ;nova MPB;. Tem influência da tradicional, sim, mas também de música jamaicana e eletrônica, por exemplo. ;Acho esse termo um atraso, o que minha geração faz é outra coisa. Não sei como se chama, mas se descobrirem um rótulo legal vou até gostar;, observa.

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