Um filme que cerque parte da história de 2,5 mil ilhas e ilhotas do arquipélago de Marajó, com propósito mais amplo do que a mera elevação da auto-estima dos moradores locais. O que a princípio soa como produto institucional, pela insistência da diretora Regina Jehá, ganhou outra conotação. Expedição viva Marajó acabou nas telas de cinema, totalizando dois meses de exibição no eixo Rio-São Paulo. Ainda que o lançamento em Brasília, nesta segunda-feira (18/11), seja na sala alternativa do Museu Nacional da República, a fita, ;com perfil superindependente;, é exemplo dos títulos que têm rompido a supremacia absoluta dos blockbusters nas salas exibidoras.
;O filme fala por si, e não há intermediários: quem descreve as situações são os moradores de lá. A gente perde o fôlego pelas paisagens;, destaca Regina Jehá, na luta por tornar a realidade paraense difundida para o resto do Brasil. Criada em plataforma digital, ao longo de seis meses, a fita rompeu barreiras a partir do componente da ;publicidade no boca a boca;. Mas a produção, gerida por uma ONG dedicada à sustentabilidade, também se valeu de uma prática cada vez mais corrente: a projeção ocasional (em termos de horários) mas contínua de filmes com alcance menos rentável.
Em Brasília, são muitos os casos de filmes mesclados em horários descontinuados: dois exemplos são os documentários Sobral ; O homem que não tinha preço e Ouvir o rio ; Uma escultura sonora de Cildo Meireles. Valendo-se do circuito mais flexível, Kamila Pistori, uma das produtoras de Solidões, explica que o filme assinado por Oswaldo Montenegro levou a empresa dele a fundir distribuidora e produtora. ;Concentramos as atividades para ter maior mobilidade com o filme. Isso facilita a distribuição em fases específicas, como a atual, em que negociamos com o Canadá e com a Europa;, explica Pistori.
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