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Rodrigo Lacerda apresenta biografia romanceada do avô Carlos Lacerda

O livro descreve o percurso familiar de três gerações de políticos: do avô abolicionista Sebastião Lacerda; do filhos Maurício, Fernando e Paulo; e do neto, Carlos Lacerda

postado em 25/11/2013 08:28

Carlos Lacerda é considerado um dos políticos mais controversos da história do Brasil

Em pleno embate sobre biografias, direito autoral e brigas de herdeiros para autorizar ou não relatos de parentes famosos, o escritor Rodrigo Lacerda lança nacionalmente, em 29 de novembro, um romance-biográfico sobre a trajetória do avô Carlos Lacerda ; considerado um dos políticos mais controversos da história do Brasil. Para uns, Lacerda foi o salvador da pátria, para outros, não passou de um reacionário feroz. Pai, tios e avô tiveram participação igualmente decisiva nos principais lances da política brasileira, da Primeira República ao suicídio de Getúlio Vargas, em 1954.

[SAIBAMAIS]Em A república das abelhas, Rodrigo descreve o percurso familiar de três gerações de políticos: do avô abolicionista Sebastião Lacerda; dos filhos Maurício, Fernando e Paulo; e do neto, Carlos Lacerda. ;Além de uma saga familiar, é uma saga brasileira, da cultura política do país, sobre os rumos que o país tomou e que influenciam nossa vida até hoje.



Lacerda não era apenas um político audacioso. Ele se tornou um dos maiores oradores da história recente do país. Figura sanguínea, levava aos palanques o furor das bandeiras que levantava ; no início da vida pública, representava a esquerda, transitando para a direita, posteriormente. Rodrigo Lacerda, autor dos premiados O mistério do leão rompante e o Fazedor de velhos, classifica a obra como romance-histórico ;repleto de aventuras e desventuras; de uma família, e também retrata a complexidade da atuação dos protagonistas do país. Autor versátil, Rodrigo transita por vários gêneros e formatos, mas é a primeira vez que experimenta o formato longo de 500 páginas.

Confira trechos do livro

;Abaixo o odioso governo Vargas! Por um governo popular nacional e revolucionário! Todo o poder à Aliança Nacional Libertadora!” O manifesto se tornou público, sendo lido até na Câmara dos Deputados. Enquanto repercutia, a anl continuou crescendo e ganhando musculatura, e amadurecia o novo impulso revolucionário, dessa vez com a marca dos comunistas. O Prestes, àquela altura, não estava em Barcelona coisa nenhuma, e sim no Méier, clandestino, cercado por uma equipe altamente qualificada de agentes revolucionários, vindos mais ou menos junto com ele de Moscou. Hierarquicamente, essa equipe estava acima da direção do partido, respondendo somente ao Komintern. Isso, claro, desagradava muitíssimo ao secretário geral brasileiro, o Miranda, e a toda a cúpula de dirigentes nacionais. Mas o Prestes era o líder geral, e atrás dele estava a máquina política de Stálin, o Marechal de Ferro.;

;Ainda naqueles meados dos anos 1930, integrei o conselho editorial da revista A marcha, um semanário de orientação marxista, no qual também estavam Di Cavalcanti, Rubem Braga e Caio Prado Jr. Durou um mês e pouco, se tanto.;

"Apesar de sua determinação em se envolver o mínimo possível com a política brasileira, refugiando-se na Constituição e no STF, meu avô acabou sugado pelo redemoinho tenentista. Entre julho de 1924 e abril de 1925, alguns episódios o isolaram de seus pares no tribunal, esmadgadoramente fiéis ao Poder Executivo, e estranharam-no com o ministro da Justiça e o presidsente."

"Tio Paulo, nessa passagem pela prisão, sofreu os primeiros episódios de tortura, acompanhados dos primeiros cancros sifilíticos. Ao voltar para casa, a doença, tratada, regrediu, mas ele então recebeu um ultimato conjugal. Sua esposa, a rica herdeira dos chocolates, cansara da vida de mulher comunista e decretou: ou ela ou ;aquela escória do comunismo;. Meu tio Paulo, sem pensar duas vezes, abraçou uma pilha de panfletos revolucionários e saiu porta a fora
."

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