postado em 01/12/2013 10:55
Ícone da contracultura, Paulo Leminski foi uma figura com ideias libertárias e posições muito bem traçadas e particulares sobre a vida. Vida e Toda Poesia, da Companhia das Letras, trouxeram a poesia e a visão nada convencional sobre religião e filosofia do poeta curitibano. A coletânea de poesias é considerada best-seller, com mais de 55 mil exemplares vendidos. O mesmo sucesso é esperado do recém-lançado livro com a versão de Leminski sobre as biografias de Jesus, Bashô, Cruz e Souza e Trotski. O capítulo de biografias sobre o próprio poeta, no entanto, parece não ter fim, principalmente após censuras impostas neste ano pelas herdeiras a três publicações.O escritor e jornalista Toninho Vaz, autor de O bandido que sabia latim, é o mais recente censurado entre os biógrafos de Paulo Leminski. A quarta edição da obra foi barrada pelas herdeiras do poeta por causa da inclusão de oito linhas que falam sobre o suicídio do irmão do poeta, Pedro Leminski. No trecho censurado, Vaz rescreve o depoimento de um vizinho de quarto de Pedro sobre o comportamento do irmão um dia antes da morte. ;Para a família de Pedro, é só um depoimento de Caco (Carlos Augusto Oliveira, o vizinho), uma testemunha ocular do caso do Pedro. Ela me apoia, ao contrário das herdeiras do Leminski. Isso é jornalismo e espero que o juiz considere assim para o que livro vá para as prateleiras;, argumenta Toninho Vaz.
Decisão
Em carta enviada para a editora, Alice Ruiz, Áurea Leminski e Estrela Ruiz proibiram a nova edição por considerarem que se trata de um episódio que nada acrescenta à história do poeta. Segundo Vaz, elas julgaram sórdida a pequena narrativa. Por sua vez, a editora tomou a decisão de não publicar o livro para evitar processos. ;O problema com elas começou com a quarta edição do livro, que já tinha sido editado três vezes sem nenhuma censura, sem nenhum veto da família e, quando eu preparava a quarta edição, a editora resolveu pedir autorização, porque havia medo de processo.;
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