Alguns críticos de cinema mais conservadores vão dizer que Paul Walker apresentou alguma qualidade cênica em Perseguição (Joy ride, 2001), filme do qual ninguém se lembra mais. Outros, talvez, nem sequer listem qualquer exemplo. O ator norte-americano, que morreu no sábado pela tarde, nos arredores de Los Angeles, não se tornou conhecido por interpretações memoráveis nas telas. Nunca ganhou um Oscar ou Globo de Ouro, nem nada parecido. Mas, à custa da franquia Velozes e furiosos, Walker se tornou um dos mais rentáveis artista da geração atual. A exímia e ousada performance ao volante, pelo menos nas telas, não pode ser discutida.
Por ironia do destino, a vida do ator chegou ao fim a bordo de um carro (um Porsche, que atingiu um poste e uma árvore, e pegou fogo). Ele estava no banco de passageiros. O motorista também não sobreviveu. Depois de atingir fama internacional justamente por conta do mundo automobilístico, o abrupto episódio com Walker dominou a imprensa mundial e as redes sociais neste domingo (1/12).
A confirmação da notícia veio por meio da assessora Ame Van Iden, que representava o artista. ;Com pesar, informo que Paul faleceu nesta tarde;, disse aos jornais. Logo após, uma nota oficial foi postada na página do ator. A mensagem pedia por orações e informava que o acidente aconteceu enquanto Walker se dirigia à instituição beneficente Reach Out Worldwide, uma iniciativa do próprio artista em prol de vítimas de acidentes naturais.
Confira trailer do filme A perseguição
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[SAIBAMAIS];Ele era um artista muito talentoso, além de ser conhecido pelo tamanho do seu coração, pois sempre atuava em causas humanitárias;, comentou a analista de sistemas Priscila Ott , de 37 anos. ;Assisti a todos os filmes de Velozes e furiosos, mas o primeiro foi especial, assim como a parceria com Vin Diesel;, completou. Para a analista, a morte do ator ainda terá que enfrentar algumas indagações: ;Como um carro tão caro explode? Tinha que ser, no mínimo, seguro. Já não é a primeira vez que carros de luxo explodem. Enquanto isso, para os fãs, fica somente a saudade, a perda;, lamentou Priscila.
Franquia
Uma segunda questão ainda vai perdurar nos tabloides por um tempo. Walker faleceu no meio das gravações do sétimo título da exitosa franquia. O desfecho da produção deve ser acompanhado de perto pelos fãs, que, certamente, esperam vê-lo mais uma vez nas tensas cenas de ação que o tornaram famoso.
Pelo menos outros dois filmes inéditos também estão garantidos no currículo e devem ganhar maior visibilidade diante dos últimos fatos: Brick mansions e Hours. Este, agendado para chegar às telas americanas em dezembro.
Apesar da referência imediata, a carreira de Walker transgride Velozes e furiosos. Aos 2 anos, o ator estrelou sua primeira campanha publicitária. O trabalho paralelo nas passarelas e campanhas de propaganda o ajudaram nos contatos e no reconhecimento inicial. Filho de uma modelo e de um operário de obras, Walker passou a década de 1980 participando de programas televisivos, sem muita expressão.
Em 2000, depois de atuar no thriller Sociedade secreta, chamou a atenção do produtor Neal H. Moritz, que o convocou para o primeiro filme que resultaria em um das franquias mais bem-sucedidas do cinema mundial.
Um papel para toda a vida
- Até estrelar Velozes e furiosos (The fast and the furious), Paul Walker tinha tido pouco sucesso em seus trabalhos. Modelo na década de 1980, conseguiu papéis sem muito destaque na tevê. A primeira incursão na tela grande veio em 1986, com o filme de terror O monstro do armário.
- Foi só no fim dos anos 1990 que o nome do ator se sobressaiu, principalmente a partir de Os irmãos Id & Ota (Meet the Deedles, 1998), o qual protagonizou com Steve Van Wormer. Na sequência, vieram A vida em preto e branco (1998), Varsity Blues (1999), Ela é demais (1999) e Sociedade secreta (2000).
- Depois de estrelar o primeiro Velozes e furiosos, em 2001, ao lado de Vin Diesel, Walker não conseguiu mais se desvencilhar do personagem Brian O;Conner. Dos seis filmes da franquia, ele só não participou do terceiro, de 2006. O quinto, de 2011, foi gravado no Rio de Janeiro. Walker morreu em meio às gravações da sétima parte da saga.
- Paul Walker havia se destacado também ao coestrelar Perseguição (2001) com Steve Zahn. Nos anos seguintes, esteve à frente, também, de produções como Mergulho radical (2005), No rastro da bala (2006) e A vida e a morte de Bobby Z (2007).