Diversão e Arte

Filho de Paulo Gracindo celebra centenário do pai com livro, filme e peça

O ator interpretou Odorico Paraguaçu, de O bem-amado, e Ramiro Bastos, em Gabriela

Nahima Maciel
postado em 03/12/2013 08:12

Gracindo Jr: Nós trabalhamos muito juntos e costumo dizer que meu pai passou a ser meu pai quando começamos a trabalhar juntos

Gracindo Jr. gosta de fazer do palco um estágio da vida real. Assim, ele acredita estar seguindo o caminho iniciado pelo próprio pai, o ator Paulo Gracindo, imortalizado em papéis históricos como Odorico Paraguaçu, de O bem-amado, e Ramiro Bastos, em Gabriela. Para comemorar o centenário do nascimento do pai, Gracindo Jr. tratou de movimentar a cena artística: fez livro, filme e peça. Com essa última, ele rodou o país em centenas de apresentações. No fim de novembro, ele esteve pela segunda vez em Brasília para apresentar Os canastrões, peça que reúne uma parte da família Gracindo e nasceu da vontade de homenagear Paulo. A apresentação única foi planejada para celebrar a nomeação do Teatro Sesc do Gama em Teatro Paulo Gracindo. Uma homenagem que o filho encara como o início de uma possível colaboração do Sesc para preservar a memória do ator. ;Mas ainda é cedo para falar;, desconversa. ;Aqui, o teatro estreando com o nome de Paulo Gracindo, seria o lugar ideal de se criar um museu Paulo Gracindo;.


Canastrões encerrou um processo iniciado com o livro Um século de Paulo Gracindo e o documentário Paulo Gracindo, o bem-amado. A peça fala das várias facetas de um ator e das transformações necessárias a cada novo espetáculo. A mágica e o encantamento do teatro são a base para a narrativa. No palco, Gracindo está acompanhado dos dois filhos, Pedro e Gabriel.

A memória do seu pai já rendeu um livro, um filme e um selo-homenagem dos Correios. Para fechar, vocês fizeram a peça reunindo a família. Isso é simbólico?

Quando meu pai fez 100 anos, eu queria deixar viva a memória de um ator que talvez fosse uma das pessoas mais importantes na área do teatro brasileiro. Para mim, era quase uma obrigação fazer um trabalho sobre Paulo Gracindo. Com 15 anos, comecei a trabalhar com ele, em rádio, que era o grande veículo da época, em 1958. Nós trabalhamos muito juntos e costumo dizer que meu pai passou a ser meu pai quando começamos a trabalhar juntos. E é verdade. Assim como meus filhos agora são muito mais meus filhos, a gente se comunica muito melhor sendo colegas de trabalho. Fora eles, tem outras pessoas: minha filha é atriz e produtora, tenho um sobrinho ator, outro músico. A família é muito grande.

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