Diversão e Arte

Luta de Nelson Mandela inspirou músicas e filmes; relembre tributos

Líder revolucionário que conduziu luta contra o apartheid na África do Sul morreu nesta quinta-feira (5 /12)

Estado de Minas
postado em 06/12/2013 10:10

Desde 1980, o ex-presidente sul-africano inspira letras de canções e roteiros de filmes

Em 1985, ao receber o Oscar de Melhor Canção Original por I just called to say I love you, o músico norte-americano Stevie Wonder dedicou o prêmio a Mandela. Em retaliação, o governo da África do Sul baniu a faixa de todas as transmissões no país, à época controladas integralmente pelo regime. Durante a cerimônia da Academia, em Hollywood, Wonder explicitou que recebia o troféu "em nome de Nelson Mandela", à época um prisioneiro político no país africano. Então com 66 anos, o líder revolucionário cumpria o segundo ano da sentença de prisão perpétua por planejar uma tomada do poder que visava o fim das políticas de segregação racial.

Por sua dimensão internacional, a jornada de cinco décadas levantada por Nelson Mandela até a derrubada do apartheid, que o levou de perseguido político a detentor de distinções como o Prêmio Nobel da Paz, também foi refletida em produções culturais diversas. Desde os idos de 1980, o ex-presidente sul-africano inspira letras de canções e roteiros de filmes em todo o mundo.

Free Nelson Mandela ("libertem Nelson Mandela", em livre tradução) foi lançada em 1984 pelo grupo inglês The Specials e imediatamente alcançou o top 10 das canções mais ouvidas no Reino Unido. Quatro anos mais tarde, em um disco de tributo aos 70 anos do revolucionário, a faixa ganhou versões por Elvis Costello, Ranking Roger e Dave Wakeling. Amy Winehouse também interpretou a composição, na homenagem em Londres que marcou o 90; aniversário de Mandela, em 2008.

Em 1986, o músico senegalês Youssou N;Dour, ainda em início de carreira, dedicou um álbum inteiro ao herói sul-africano, batizando seu segundo disco de Nelson Mandela. Hoje o artista ocupa o cargo de Ministro do Turismo e da Cultura no Senegal.


Outras homenagens musicais incluem trabalhos do trompetista sul-africano Hugh Masekela, do britânico Johnny Clegg, do egípcio Raffi, da popstar sul-africana Brenda Fassie e da banda canadense Nickelback. Em frente às câmeras, a história da revolução anti-apartheid deu ao bahamense Sidney Poitier a oportunidade de interpretar Nelson Mandela, ao lado de Michael Caine no longa Mandela and de Klerk (1997), lançado para a TV nos EUA.

Confira trailer do filme Longo caminho para liberdade

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Mandela (;Goodbye Bafana;, no original em inglês), chegou aos cinemas em 2007, com Dennis Haysbert no papel de Madiba. Colaboração entre África do Sul, Alemanha, Bélgica, Itália e Reino Unido, a produção conta a história real de um guarda sul-africano, interpretado pelo inglês Joseph Phiennes, que recebe a missão de interceptar todas as comunicações escritas por Mandela de dentro da prisão.
Filme
Clint Eastwood levou Mandela de volta às telas em Invictus (2009), drama que mostra Morgan Freeman como o presidente da África do Sul e explora a iniciativa de Mandela em promover o rúgbi como ferramenta de integração entre brancos e negros dentro do país.

A incursão mais recente da vida de Nelson Mandela nos cinemas conta com o aval do ex-chefe de Estado. Em cartaz nos EUA desde o último 29 de novembro e com estreia marcada para o início de 2014 na Europa, o filme ;Mandela: longo caminho para a liberdade; é baseado na autobiografia homônima de Madiba, que cedeu os direitos da obra ao produtor Anant Singh há cerca de 15 anos.

O britânico Idris Alba, consagrado pela interpretação de Martin Luther King na TV, dá vida ao revolucionário, enquanto o papel da esposa, Winnie Madikizela-Mandela, ficou com a inglesa Naomie Harris (da franquia Piratas do Caribe). A trilha sonora conta com a faixa ;Ordinary love;, do grupo irlandês U2.

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