A exposição Passagens por Paris, aberta neste sábado (7/12) ao público no Museu de Arte de São Paulo (Masp), apresenta 51 das mais importantes obras do fim do século 19 e início do século 20 do seu acervo. Podem ser vistas pinturas de Renoir, Picasso, Van Gogh, Portinari, entre outros. São 16 artistas que têm em comum o fato de terem residido e produzido na capital francesa.
O objetivo da mostra é formar um panorama da efervescência artística vivida pela cidade. ;A visão dessas obras e de cada uma delas dá uma ideia do que foi Paris, capital cultural e artística do século 19;, destaca o curador da mostra, Teixeira Coelho.
[SAIBAMAIS]O título da exposição remete ao ensaio Paris, Capital do Século 19, do filósofo alemão Walter Benjamin. ;É nele que aparece a célebre menção às passagens de Paris, essas galerias comerciais levando de uma rua a outra, cenário da vida moderna do século;, explica Coelho, no texto de apresentação da mostra.
O curador destaca que a própria disposição das obras na exposição acaba remetendo às passagens. ;Lembra o espaço de uma passagem parisiense, com salas e vitrines que abrigam destaques da arte feita nessa cidade;, descreve. Segundo ele, ;ao contrário das coisas mostradas nas passagens parisienses, não mostram coisas de agora e podem, assim, se afastar da agitação da avenida diante do museu e levar à calma aparente, ou imaginada, de séculos passados;.
A obra mais antiga é o óleo sobre tela O Pintor Le Coeur Caçando na Floresta de Fontainebleau, pintado em 1866 por Pierre-Auguste Renoir. Com dez quadros, o pintor francês, representante do impressionismo, é o artista com maior número obras na mostra.
O espanhol Pablo Picasso pintou em 1948 o pastel Natureza-Morta com Melancia e Cacto, obra mais recente na exposição, toda pinçada do acervo do Masp. Conhecido por ser um dos nomes mais proeminentes do movimento do cubismo, o artista está representando ainda por dois óleos sobre tela: Retrato de Suzanne Bloch e Toalete.
A arte de Picasso influenciou decisivamente o trabalho do brasileiro Candido Portinari após sua passagem por Paris, de 1928 a 1930. Parte desse aprendizado pode ser visto no óleo sobre tela O Lavrador de Café, pintado em 1939.